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MP-BA apura suspeita de transfobia após veto à participação de homens trans no Afoxé Filhos de Gandhy

Afoxé publicou nota indicando que recolheu termo “cisgênero” e passou a utilizar “sexo masculino” após repercussão

Foto: Mateus Pereira/GOVBA

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) abriu uma investigação, nesta segunda-feira (24), para apurar uma suspeita de transfobia cometida pelo afoxé Filhos de Gandhy, em Salvador. Grupo foi oficiado por e-mail, com um pedido de informações e esclarecimentos.

A situação chamou atenção nas redes sociais, depois que o grupo anunciou o veto da participação de homens trans no tradicional desfile de Carnaval. No comunicado, o afoxé diz que a decisão integra um artigo do estatuto social do bloco.

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“De acordo com o artigo 5º do estatuto social, só poderão ingressar na associação pessoas do sexo masculino cisgênero, por isso, a venda do passaporte será apenas para esse público”, diz trecho do termo de aceite.

Por meio da Coordenação da Especializada de Direitos Humanos, a Defensoria Pública da Bahia também encaminhou à presidência do afoxé um ofício solicitando esclarecimento e, recomendando a exclusão da cláusula e afirmou que a decisão tomada pelo bloco “claramente incita discriminação e preconceito contra essa parcela da população”, sujeitando os responsáveis pela lei que equipara atos de transfobia ao crime de Racismo.

Após a repercussão, o afoxé Filhos de Gandhy informou, em nota, que recolheu o termo cisgênero do aviso, passando a utilizar “sexo masculino”. O grupo afirmou ainda que uma assembleia geral será realizada depois para discutir alteração no estatuto.

Confira a nota do Afoxé Filhos de Gandhy na íntegra:

“O Afoxé Filhos de Gandhy, ao longo de seus 76 anos de história, sempre teve como princípio a valorização da paz, do respeito e da tradição. Nosso estatuto social reflete a trajetória e os fundamentos da nossa irmandade, que, por décadas, tem preservado sua identidade cultural e religiosa.

Tradicionalmente, e de acordo aos preceitos religiosos que o regem desde o início, o Afoxé Filhos de Gandhy é formado exclusivamente por pessoas do sexo masculino, de toda raça, credo, cor, religião, orientação sexual, partido politico ou classe social.

Reconhecemos que a sociedade está em constante transformação e que debates sobre inclusão são fundamentais. Estamos sempre dispostos ao diálogo respeitoso e à reflexão sobre como manter nossas tradições vivas, ao mesmo tempo em que acolhemos as discussões da sociedade.

Nesse sentido, recolhemos o termo de aceite onde consta a palavra masculino cisgênero, passando constar apenas do sexo masculino, quanto a alteração no estatuto posteriormente convocaremos uma assembleia geral para discutir o assunto”.

As informações são do G1

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