Além do pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o advogado Frederick Wassef também está entre os alvos
Militares suspeitos de vender presentes oficiais recebidos pelo governo federal são alvos da Polícia Federal nesta sexta-feira (11). A PF cumpre, nesta manhã, mandado de busca e apreensão na casa de Mauro César Lourena Cid, general da reserva do Exército e pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid. O general seria o responsável pela negociação dos bens nos Estados Unidos.
Segundo apuração da TV Globo e GloboNews, a operação tem como alvos, além de Mauro Cid – que está preso desde 3 de maio em dependências do Exército brasileiro – e o pai, o também ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e tenente do Exército, Osmar Crivelatti, e o advogado Frederick Wassef, conhecido por ter membros da família Bolsonaro como clientes.
Os mandados da operação da PF, que recebeu o nome de “Lucas 12:2”, em alusão ao versículo da bíblico que diz “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser revelado”, têm como objetivo investigar a suposta tentativa de vender ilegalmente presentes entregues a Bolsonaro e o desvio de joias.
A operação autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre Moraes, cumpre mandados em Brasília, São Paulo e Niterói (RJ).
Relatório do Coaf
Com o reflexo flagrado em fotografia de caixa de escultura que aparece em tentativa de negociação, o general da reserva Mauro César Lourena Cid movimentou R$ 3.914.157 em contas bancárias entre fevereiro de 2022 e maio de 2023. A informação foi revelada em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
As transações foram consideradas como “atípicas” para “agentes públicos” e chamou atenção porque, de acordo com o Portal da Transparência do Governo Federal, Lourena recebe um salário líquido de R$ 23.896,43.
Segundo o Metro1, entre as transações que chamaram atenção do Coaf, estão um envio de R$ 62.683,53 para uma conta própria nos Estados Unidos, em janeiro deste ano, e outras seis transferências que totalizaram em R$ 89.731,30. Todas realizadas antes do retorno de Bolsonaro para o Brasil, em 30 de março. O documento foi enviado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.