Febraban sinalizou que maioria dos bancos brasileiros já normalizou operações

Companhias aéreas, bancos, empresas de telecomunicações, computadores e bolsa de valores foram afetados por um apagão cibernético global nas primeiras horas desta sexta-feira (19). A causa foi uma falha no sistema de segurança da empresa global de segurança cibernética CrowdStrike.
Segundo informações da Reuters, o problema técnico acontece principalmente por causa da ferramenta de segurança da companhia chamada Falcon, usada para detectar e monitorar possíveis invasões. O CEO da CrowdStrike, George Kurtz, afirmou não se tratar de um “incidente de segurança ou ataque cibernético” e explicou que os clientes foram afetados por um defeito em uma atualização de conteúdo.
Segundo a empresa, a pane já foi corrigida, mas ainda há relatos de impacto em 365 aplicativos da companhia. Em publicação no X, antigo Twitter, Kurtz declarou que sistemas Mac e Linux não foram afetados e orientou que organizações mantenham contato com os representantes da CrowdStrike.
CrowdStrike is actively working with customers impacted by a defect found in a single content update for Windows hosts. Mac and Linux hosts are not impacted. This is not a security incident or cyberattack. The issue has been identified, isolated and a fix has been deployed. We…
— George Kurtz (@George_Kurtz) July 19, 2024
“A CrowdStrike está trabalhando ativamente com clientes afetados por um defeito encontrado em uma única atualização de conteúdo para hosts Windows. Os hosts Mac e Linux não são afetados. Este não é um incidente de segurança ou ataque cibernético. O problema foi identificado, isolado e uma correção foi implantada. Indicamos aos clientes o portal de suporte para obter as atualizações mais recentes e continuaremos a fornecer atualizações completas e contínuas em nosso site. Recomendamos ainda que as organizações garantam a comunicação com os representantes da CrowdStrike por meio de canais oficiais. Nossa equipe está totalmente mobilizada para garantir a segurança e estabilidade dos clientes CrowdStrike”, disse o CEO da companhia. O apagão cibernético global afetou serviços da Microsoft 365, o que levou a paralisação de organizações que utilizam produtos do sistema, como o Windows.
Segundo o Portal PanRotas, no mundo, dos mais de 110 mil voos comerciais previstos para esta sexta-feira, 1390 foram cancelados. Com isso, apesar de não haver grandes transtornos no transporte aéreo brasileiro, há possibilidade de que a programação de voos nacionais possa ser alterada, como é o caso da empresa Azul, cujos passageiros relatam contratempos com operação em Congonhas (SP), onde há casos de check-in sendo feito manualmente, Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ), onde há apontamentos de atraso. Até o momento, Latam e Gol não registraram problemas.
Nos Estados Unidos, o órgão de controle aéreo informou a suspensão de voos de 4 empresas. Índia, Holanda e Alemanha também precisaram interromper voos durante a manhã, assim como a Suíça, que parou as atividades no aeroporto de Zurique. No Reino Unido, além dos aeroportos, ferrovias e emissoras de televisão também tiveram problemas. Serviços hospitalares foram afetados na Alemanha, na Grã-Bretanha, na Inglaterra e em Israel, que ainda registrou problemas no correio.
No Brasil, além do serviço aéreo, alguns bancos também apresentaram falhas nos aplicativos durante a manhã desta sexta-feira (19). Segundo o site InfoMoney, Bradesco, Next, Banco Pan e Neon não apresentaram funcionamento normal e elevaram o índice de notificações de problemas de acesso, conforme a plataforma Downdetector.
Em comunicado, o Bradesco informou que suas plataformas digitais foram afetadas pelo apagão cibernético global e por isso não estavam disponíveis para os clientes do banco, sinalizando que suas equipes “estão atuando para regularização o mais breve possível”.
Já o Banco Central, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que todos os seus sistemas estão “funcionando normalmente”. Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) se pronunciou: “A maioria das instituições financeiras brasileiras já normalizou seus serviços e as demais estão em avançado estado de normalização e trabalhando para garantir o funcionamento de seus serviços rapidamente”.