Em entevista, Clissio Santana contextualiza o cenário do 2 de julho na Bahia
No início do Século XIX, a Bahia era uma das maiores províncias do Brasil. Formado por uma elite branca, agro-exportadora, açucareira e escravista, o nosso teritório era muito importante, economicamente, para o cenário. Foi a partir deste contexto que muitos baianos foram de contra aos interesses de Portugal e se colocaram a favor da independência do Brasil. Sobre isso, o entevistado do segundo episódio do Umbupodcast, Clissio Santana, pesquisador e professor universitário graduado em História e especialista em Estudos Étnicos e Raciais. Mestre em História Social / UFBA e Doutorando em História Social, conta que “o baiano tem uma rebeldia histórica”.
“Existe essa ideia de que a gente [baiano] é festeiro, de que a gente divertido. Só que a gente consegue fazer tudo isso e também consegue brigar politicamente, defender o ponto de vista”, revela Clissio.
Visto isso, ele completou dizendo que a maior rebilião escrava das Américas, aconteceu na Bahia. Além disto, complementa que uma das questões que levam aos acontecimentos do 2 de Julho, é essa ‘mágoa’ baiana de Potugal.
“Os baianos se colocaram contra, pois eles perceberam que realmente não iriam ter lucro, é que não seria vantagem aceitar que o Brasil voltasse a ser colônia”, explica.
Nesse cenário, as cidades do Recôncavo e do interior do estado, se anteciparam à guerra para proclamação da independência, já que Salvador estava dominada pelas tropas portuguesas.
“Os portugueses queriam impor à Bahia as ordens de Portugal. Eles tomam os quartéis, as ruas e começam a expulsar aqueles que se diziam contra aquelas ordens. Nesse caso, os rebeldes vão se refugiar, principalmente as elites e as classes médias, nas cidades do como São Francisco do Conde, Madre de Deus, Candeias, Santo Amaro da Purificação”, conta Clissio.
A maior parte da resistência se concentrou em Cachoeira (entendendo que na época era um dos grandes polos econômicos e abrigava vários de outros municípios atuais).
“No início de de 1822, a Bahia já estava pegando nas armas. A Bahia vai a guerra por conta de todos esses fatores”, explica
Confira o episódio completo deste bate-papo: