
Quando o assunto é superação, os quadrilheiros usam a criatividade para superar os desafios e realizar o sonho de colocar suas agremiações nos palcos de campeonatos por todo o país, como o 16º Campeonato Estadual de Quadrilhas Juninas da Bahia, que chega ao seu último dia neste domingo (15).
Disputando no Grupo Especial, as quadrilhas juninas Fogueira Santa (Camaçari), Império do Forró (Paulo Afonso), Ki Balanço (Luís Eduardo Magalhães/São Desidério), Forró do ABC (Salvador), Imperatriz do Forró (Salvador), Pisada do Sertão, Beija- Flôr (Alagoinhas) e Luar do Recôncavo (Santo Antônio de Jesus) são muito inventivas, levando muita engenhosidade para as apresentações e transformando filós, tecidos estampados, papel crepom e cartolina para promover, de forma sustentável, a economia criativa que envolvem os figurinos, cenários e efeitos especiais da sua agremiação cultural junina.
Presidente e coreógrafo da quadrilha junina Império do Forró, Luiz Ferreira contou que, há 20 anos, a quadrilha vem desempenhando um trabalho de arte-educação em seu município de origem, Paulo Afonso, mas lamentou que, por algumas limitações, o trabalho não possa ser expandido. “O reconhecimento do espetáculo massageia o ego. Mas a nossa maior tristeza é o financeiro, de não poder fazer mais. Infelizmente, a gente é limitado”, diz.

Pedagogo e arte-educador Luiz lidera 87 jovens, entre 32 casais, 14 pessoas da comissão e seis músicos. Ressaltando as diferenças entre criar uma quadrilha junina e promover o movimento junino anualmente, ele explicou: “O movimento junino é uma soma de ações afirmativas de diversas partes do Brasil para fortalecer a nossa cultura popular e não deixar ela morrer. Eu priorizo fazer movimento junino independente do nome dado nas comunidades pelo país. Cultura popular está acima de qualquer coisa”.
Karine Nóbrega, cantora da Império do Forró, disse que completar 20 anos da existência da agremiação em 2025 é a celebração do reconhecimento do potencial do município de Paulo Afonso pelo Brasil. Para ela, se apresentar no Grupo Especial, na arena da Praça da Revolução, na capital baiana, é a consagração de um esforço coletivo feito por todos os quadrilheiros que são membros da quadrilha junina.

“Participamos e ganhamos como quadrilha campeã em Santa Brígida, Norte-Nordeste. Fomos a quadrilha campeã em Caruaru, em 2024, e estamos em Salvador para nos manter como campeãs do Campeonato Estadual de Quadrilhas Juninas da Bahia”, vibrou a cantora. Ela, que se apresenta pelo segundo ano, contou ainda que a quadrilha junina a ajudou a lidar com depressão nas áreas pessoal e profissional da vida.
Também natural de Paulo Afonso, Ana Vitória revelou que, ao longo de 12 anos de movimento junino e 11 anos como a personagem Noiva da quadrilha Império do Forró, “é uma expectativa enorme e uma responsabilidade ainda maior”.

“Eu participo ativamente da confecção dos bordados dos meus figurinos. Chego aqui, em Salvador, muito confiante, já que vivemos duas vitórias em nossa própria cidade neste período junino e estamos fortalecidos, apesar de oito horas de viagem pra chegar aqui no Campeonato”, vibrou Ana.
A programação do evento é gratuita e se encerra hoje (15). O 16º Campeonato Estadual de Quadrilhas da Bahia em Periperi é promovido pela Federação Baiana das Quadrilhas Juninas (FEABQ) e conta com o apoio do Governo do Estado da Bahia.