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Você estudou para ser o quê mesmo?

Volta e meia eu me pergunto se estudei para coisa certa ou se estou no lugar certo ou, se até mesmo, desenvolvi as habilidades que aos meus olhos são as necessárias para minha atividade hoje. Complicado, né? Mas isso não tem nada a ver com me achar um impostor, tem a ver com como nós somos educados e como é difícil entender a progressão de carreira e a necessidade de sair da zona de segurança e desenvolver novas habilidades.


Falo isso porque ainda hoje, depois de não sei quantos anos de formado e atuando na área de engenharia, às vezes me vejo inseguro, pois em 90% do meu tempo eu não faço mais a engenharia que me levou a escolher o curso. Todo o meu trabalho se voltou para gestão de pessoas e suas expectativas. Sejam dos clientes, sejam dos colaboradores ou até mesmo da minha família em casa. Sim, minha família, porque ela faz parte do processo e não existe uma chave que você pode ligar e desliga quando você entra ou sai do trabalho, né isso mesmo?


A questão aqui é que infelizmente nas faculdades – pelo menos na minha época – quase que não existiam matéria voltadas para as questões humanas e as que tinham eram para cumprir tabelas, mesmo porque nem os alunos valorizavam ou entendiam a necessidade de matérias como Sociologia ou Psicologia em um curso de Engenharia Mecânica. Oh arrependimento! Tudo era voltado para a parte técnica. Nós éramos praticamente condicionados a parametrizar, padronizar e comparar tudo, a fim de garantir repetibilidade e confiabilidade de um determinado produto, ou serviço.


Já observou que os automóveis ou os eletrodomésticos de uma determinada marca e modelo são todos iguaizinhos e entregam a mesma coisa? E tem que ser assim mesmo. Porém, acredito que seja necessário avisar aos alunos como eu, que achavam que iriam fabricar ou montar turbinas de avião, que à medida que fossemos melhorando e ficando bom, para alcançar melhores resultados financeiros, teria que deixaria de ser o mecânico e passar a ser o chefe dos mecânicos e, com isso desenvolver ou me virar, usando todas as habilidades de gestão e relações interpessoais exigidas nesta nova posição.


Mas não adiantar ficar chorando e reclamando e muito menos dizendo que fui enganado. É uma questão de entender o jogo, traçar um objetivo e fazer escolhas. Quer assumir uma posição de destaque, que, na maioria dos casos, está associada à gestão. Então, filhote, comece a entender como as coisas funcionam e vá em busca do seu auto desenvolvimento. Mas, se não quiser ser gestor ou liderança, está tudo bem. Existem algumas empresas que possuem a carreira em “Y”, onde, além da carreira de gestão, existe um caminho essencialmente técnico, onde o profissional poderá ter destaque e ser muito bem valorizado e remunerado. E estará tudo bem também.


Pegou a visão? É tudo uma questão de abrir os olhos e os ouvidos, entender, fazer escolhas e assumir os resultados.

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Andressa Muniz
Andressa Muniz
1 year ago

Acabei de ler, Del! Parabéns, meu querido! Transmitiu muito em poucas palavras. Isso aí. Nem sempre questionar o que somos significa se detrair ou se autossabotar… Mas sim, reafirmar o que queremos. Excelente! Fico feliz de ver onde chegou e aonde chegará!!

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