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Sem cordas, Olodum faz um Carnaval democrático e inclusivo

As cores verde, vermelha, amarela e preta transformaram a avenida em um grande movimento de luta e resistência, em alusão ao panafricanismo

Um dos maiores Blocos Afro do mundo, o Olodum desfilou no segundo dia de carnaval (09), no Campo Grande. Esse ano o bloco retirou as cordas no primeiro dia de desfile da entidade e prometeu garantir uma folia mais democrática no circuito Osmar. O bloco carnavalesco abraça a cultura da Bahia com toda sua musicalidade e ancestralidade africana, cantando e tocando a liberdade para o povo negro.

As cores verde, vermelha, amarela e preta transformaram a avenida em um grande movimento de luta e resistência, em alusão ao panafricanismo. O nome Olodum significa “Deus dos Deuses” ou “Deus maior” Olodumaré. Uma palavra de origem yorubá, que faz reverência ao Deus criador do universo.

Uma multidão esperava ansiosa na concentração. Do trio, dava para ver uma onda de gente gritando quando foram dados os primeiros toques nos tambores. O tema deste ano reforça a importância da mulher e o protagonismo feminimo: “Wodaabe: O Povo do Sorriso – Uma História de Beleza e Diversidade”.

Com mais de 37 anos de Olodum, Marcelo Gentil, atual presidente do bloco, celebra os 45 anos do Olodum. Questionado sobre o bloco desfilar sem cordas na avenida ele explica que “o Olodum é um bloco extremamente popular, por sempre ter um preço acessível para todos e por isso atrai um grupo grande dos bairros populares, isso é maravilhoso, isso é carnaval”, destacou. Muito satisfeito com o desfile, Gentil ressaltou sua própria trajetória na entidade.“Cheguei no Olodum como compositor, assumi algumas diretorias, fui vice-presidência e hoje estou presidente com muito orgulho e muito feliz por trazer na minha história 37 de Olodum”, destacou, com alegria.

Para o presidente executivo do Olodum, Jorge Ricardo Rodrigues, é fundamental realizar um carnaval democrático e inclusivo. “Com respeito à diversidade e ao público que nos ama. O Olodum desfilar sem cordas na Avenida é o presente do bloco, uma prévia dos 45 anos, para nossa cidade”.

Carnaval Ouro Negro 2024 – O Carnaval da Bahia é Ouro Negro. Em 2024, foram investidos R$15 milhões para proporcionar o apoio a mais de 170 grupos dos segmentos afro, afoxé, samba, reggae e de índio. Só no carnaval de Salvador são mais de 100 entidades que desfilam nos circuitos oficiais da folia. Entre as entidades contempladas estão grupos tradicionais como o Olodum, Ilê Aiyê, Filhos de Gandhy, Muzenza e Cortejo Afro.  A SecultBA amplia sua parceria com blocos tão importantes com o intuito de preservar a tradição destes na folia soteropolitana e nas suas comunidades de origem, valorizando as nossas matrizes africanas.

Carnaval da Cultura – Comemorar, enaltecer e fortalecer os Blocos Afro em seus 50 anos de existência, contados a partir do nascimento do Ilê Aiyê, o pioneiro, é garantir que a festa também seja um lugar para que negras e negros baianos contem as suas narrativas e façam parte da história do mundo. Por isso, o tema do Carnaval da Bahia em 2024 é os 50 anos de Blocos Afro – Nossa Energia é Ancestral. Em cada circuito, em cada sorriso, em cada bloco desfilando as belezas do povo preto, em cada brilho pelas ladeiras do Pelô. É a folia animada, diversa e democrática do Carnaval e é também a preservação do patrimônio cultural, com o apoio ao carnaval tradicional dos mascarados de Maragojipe. O Carnaval da Cultura é promovido pelo Governo do Estado, “50 anos dos Blocos Afro – Carnaval da Bahia 2024 – Nossa Energia é Ancestral”.

Foto: Divulgação/SecultBA

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