Todo mundo tem uma matéria mais fraca na escola, mas para um cargo público, entender de Geografia é mínimo! Essa semana teve gente sendo explanada à esquerda e projeto que, se fosse trem, se tornaria um “vagão”
“PM particular”
O vice-governador de um dos maiores e mais importantes Unidades da Federação colocou sua Assistência Militar à disposição da família. Fico cá conversando com minha farda, se essa decisão não desobedece o regimento da corporação. Tem uma galera do Poder Executivo fingindo que não está sabendo de nada, enquanto seu vice, que também é pré-candidato à prefeito de uma importante capital, não poupa uso do serviços do segmento, afinal de contas, nada melhor do que estar seguro na Bahia.
Filho privilegiado
Tudo é ainda mais absurdo porque o filho mais velho do vice-governador, um dos privilegiados com a “PM particular”, é deputado estadual, quem deveria dar o exemplo. O deputado dispõe de privilégios que o pai oferece e tem sempre um policial a fazer sua escolta, inclusive, nas viagens ao interior do estado. Ou seja, onde quer que ele vá, tem sempre à sua disposição pelo menos um servidor público das forças de segurança do Estado. Em média, dois policiais militares atendem suas agendas na capital, atuando inclusive como motorista. No interior, a exigência do filho privilegiado é de apenas um policial.
Coral afinado
Fui assistir a entrevista concedida pelo ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, ao jornal da família Magalhães e não vi nenhuma novidade. As mesmas palavras repetidas à exaustão nas redes sociais foram reproduzidas com precisão no quase diário oficial. No entanto, é preciso reconhecer e aplaudir a capacidade que a direita soteropolitana tem de se comunicar. Mesmo com as repetições, a entrevista fez estrago no grupo do palácio de Ondina, que se viu nas cordas, apanhando feito mala velha, como diria minha mãe, lá na Princesinha do Sertão.
Tudo foi pensado milimetricamente pelo grupo netista. Aproveitaram a viagem internacional do governador e a falta de articulação da base governista para fazer a defesa do chefe do executivo; garantiram a repercussão imediata em blogs e sites aliados da Prefeitura; escalaram lideranças políticas para fazer coro às críticas de Netinho nas redes sociais; replicaram os links nos grupos e listas de transmissão do WhatsApp…Eu recebi de um monte de gente.
No dia seguinte, entrevista para a Rádio Sociedade e mais uma enxurrada de repercussão. Enfim, deram uma aula de comunicação política, mostrando que o coral está afinado para a campanha eleitoral.
Que que é isso?
E por falar em município, ainda não entendi o propósito do outdoor de Kiki Bispo, que simplesmente tem um QR Code, convidando para saber mais sobre a atuação do líder do governo na Câmara dos Vereadores. O que estavam esperando? Que motoristas se arrisquem e enquanto dirigem e saiam erguendo os celulares no meio do trânsito para focar na publicidade? Tenha dó! O mais curioso é que, logo depois do outdoor, tem o AQUELE robô do Detran que faz parte da campanha de prevenção a acidentes.
E para completar, estamos no Maio Amarelo, vereador, e a campanha do Detran tá aí falando da importância de ser prudente no trânsito. Acho que Kiki não foi impactado pela campanha do Governo que tá veiculando na TV de seus aliados.
BRT às moscas
Eu continuo sem acreditar no absurdo que é o BRT de Salvador. Eu já entendi que a oposição não foi capaz de fazer uma crítica assertiva ao sistema, até porque muitos vereadores da base da oposição têm cargos na Prefeitura de Salvador e são gratos ao menino do Calabar, mas é inadmissível o silêncio da grande imprensa, do Ministério Público da Bahia e do Tribunal de Contas do Município.
As estações da Vasco da Gama e da Lucaia estão às moscas, sem ÔNIBUS e sem PASSAGEIROS. Não é possível que todo mundo ache natural gastar quase R$1 bilhão para fazer um transporte que não transporta ninguém.
Lideranças à venda
Também não é possível que o Tribunal Regional Eleitoral da Bahia permaneça alheio ao que está acontecendo nas comunidades de Salvador, onde lideranças comunitárias e pré-candidatos a vereador estão “operando a política” como representantes da Prefeitura. Só falta crachá de servidor municipal para ficar mais escancarado, mas nem precisa. Eles se reúnem com as comunidades, ouvem os pleitos, garantem a obra e… a obra acontece na velocidade da luz! O que está por trás disso tudo a gente sabe. Será que só o poder judiciário não sabe?
Errou o alvo
O vice-governador da Bahia e pré-candidato à Prefeitura de Salvador pelo MDB, Geraldinho, participou de uma atividade de limpeza de praia no último sábado (11) e depois se esbaldou em uma feijoada promovida pelo ex-vereador Héber Santana. O detalhe: o local escolhido para a ação ambiental foi a praia de Guarajuba, que pertence ao município de Camaçari. Será que ele desconhece os limites do município que pretende governar ou apenas aproveitou a proximidade com a sua residência oficial, em Busca Vida, para prestigiar o amigo Héber Santana? Porque eu entendo de limites, tenho meu distrito em Feira de Santana e sei qual o local de cada coisa. Fato é que a atividade social em Guarajuba, que ele omitiu nas suas redes sociais, ganhou destaque nas redes de Héber e foi motivo de crítica da base aliada em Salvador, que até agora não viu acontecer uma agenda sequer da pré-candidatura de Geraldinho na capital baiana. Vou até deixar uma dica, visita lá a Praia do Canta Galo, porque lá tem é coisa pra resolver dentro da esfera municipal, viu pré candidato.
Reunião tensa
Por falar em críticas, a primeira reunião promovida por Lídice da Mata, coordenadora-geral da campanha de Geraldo Júnior, foi uma verdadeira lavagem de roupa suja. Teve até vereador da base, que sugeriu a exoneração de gestores do Estado que não estão participando da pré-campanha do vice-governador. De todo modo, a “catarse”, como Lídice definiu o encontro, aparou as arestas e deu o tom do que será a construção do programa de governo de Geraldinho. Tinha tudo pra ser a virada de chave da campanha, se não fosse o silêncio ensurdecedor nos dias seguintes à reunião.
Crise do RS
Eu fiquei chocada quando vi o vídeo da Primeira Capital do Brasil falando que Salvador está estruturada para os momentos da crise climática que estão sendo veiculados imprensa afora. Como papel e roteiro gravado aceitam tudo, vou ficar de butuca esperando quando a chuva chegar para encontrar as tais das mil árvores, que foram plantadas por causa da construção dos viadutos, fazendo a parte delas.