Os 40 anos do movimento Axé Music têm gerado homenagens e debates sobre a importância das religiões de matrizes africanas para o gênero, que se tornou símbolo do Carnaval de Salvador. Sobre o tema, o Secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, publicou posicionamento nas redes sociais, nesta terça-feira (17), destacando a relevância do gênero musical, a contribuição dos ritmos africanos para a música e a necessidade de protagonismo negro.
O secretário iniciou a postagem explicando que a palavra Axé tem origem yorubá e “um valor insubstituível na cultura e nos cultos de matriz africana”, assim como os toques de percussão que sustentam, dão identidade ao ritmo.
“Quando um artista se diz parte desse movimento, saúda o povo negro e sua cultura, reverencia sua percussão e musicalidade, faz sucesso e ganha muito dinheiro com isso, mas, de repente, escolhe reescrever a história e retirar o nome de Orixás das músicas, não se engane: o nome disso é racismo, e é o surreal e explícito reforço do que houve de errado naquele tempo”, escreveu o secretário.
O posicionamento foi apoiado por artistas como Ivete Sangalo e Teresa Cristina. Tourinho mencionou um episódio polêmico, em que um orixá foi retirado de uma música, sem citar o artista, mas internautas atribuíram a Claudia Leitte, que substituiu “Iemanjá” por “Yeshua”, Jesus em hebraico. Sobre este, o secretário disse “essa questão que levantei é muito mais sobre o todo do que sobre a parte, e maior e mais endêmica do que qualquer caso isolado”.
Ele ainda apontou que as homenagens aos 40 anos do Axé Music devem ser feitas com justiça, “trazendo os tambores para frente, os compositores para o alto” e remunerando de forma equivalente os profissionais de todas as cores e levando informação sobre o ritmo.
Confira a postagem:
Com informações de Mídia Ninja e Metro1