No catolicismo o nascimento de João Batista é o marco histórico para a comemoração junina, já para as comunidades de matriz africana, Xangô o justiceiro é o principal homenageado
Um dos maiores festejos do Nordeste, incontestavelmente, é o São João. A união da sanfona, zabumba e triângulo anima a população de todo o Brasil durante o mês de junho. Para além da festa profana, há uma união com a religiosidade, afinal, o que seria do profano se não fosse o sagrado?
No 24 de junho é comemorado no catolicismo o dia do nascimento de São João Batista, o santo que batizou Jesus Cristo. Para as religiões de matrizes africanas, é dada homenagem a Xangô, o orixá da justiça. Os dois são lembrados através de um elemento tradicional único: a fogueira. No entanto, a simbologia do fogo possuem significados distintos, trazendo para cada espaço um motivo de comemorar.
Para as religiões de matrizes africanas, entende-se que a fogueira está relacionada com o poder do fogo proveniente do orixá Xangô, conhecido como a entidade da justiça, sabedoria e dos raios e do trovão. A comemoração e o culto ao orixá pode ser realizada no mesmo período dedicado a São João pelos cristãos, desde o dia 23, véspera, até o dia 30 de junho, data em que, na maiorias das casas de axé, é dada como reservada ao orixá. Em época de festejos juninos, para os cultuadores do axé, é tempo de estar mais próximo com o orixá. Além disso, nos festejos são servidos pratos de gbègìrì, comida predileta de Xangô, que possui ingredientes como o quiabo, azeite de dendê e camarão.
Na igreja católica esse símbolo está fundamentado na história do nascimento de São João Batista. Santa Isabel, mãe de São João, teria acendido uma fogueira como uma forma de anunciar o nascimento de seu filho para Maria, a mãe de Jesus. Nossa Senhora e Santa Isabel eram muito amigas e por isso, a mãe de João prometeu que acenderia uma grande fogueira quando o filho nascesse para que Maria soubesse do ocorrido mesmo à distância.
Cumprindo sua promessa, Santa Isabel acendeu a fogueira no dia em que seu filho nasceu e logo recebeu a visita de Maria. São João Batista se tornaria um dos principais santos da Igreja Católica.
Adriane Rocha
estudante de jornalismo