Último single da trilogia que antecede o lançamento do seu primeiro álbum Tempo, reflete sobre temas profundos com a leveza de uma composição sobre relacionamentos
A música lançada hoje foi composta por Monique em Londres, com o propósito de lhe espantar a solidão de estar em um país estrangeiro, sozinha e sentindo-se estranha de si mesma. Navegar surge como forma de criar um lugar seguro e refletir sobre as questões que a afligiam naquele tempo, “foi na escrita que encontrei uma forma de transpor a solitude para elaborar sobre o amor enquanto paradigma comum entre os corpos e entender como poderia preencher meus vazios”, reflete a artista.
>> “[…] Seu português de estrangeiro, levou meu corpo inteiro […]”, clique para ouvir Navegar
Na proposta conceitual da canção, a artista ainda cita o “Português de estrangeiro” como uma provocação ao ouvinte que sempre espera que mulheres escrevam sobre homens e propõe Navegar como um convite a estar de peito aberto ao mundo, sem se perder em si mesma. Uma composição que é feminina desde o pensamento até a dedicação.
Como uma mulher viajante, fui tocada pelo potencial da música para embalar paixões internacionais, sejam elas amorosas, profissionais ou apenas de boas amizades, sem deixar que nos percamos em nós. E conversar com a artista sobre, me fez lembrar de sentimentos que tive nas minhas viagens, mais especificamente na última, mais fresca na memória. Viver em um país que não é o seu, com língua, cultura e costumes completamente diferentes, sem conhecer e poder contar com ninguém, mexe em lugares muito profundos dentro de nós, brasileiras-baianas.
No auge das primeiras semanas em solo colombiano, vivi a primeira crise de saudade de casa. Passei uma tarde inconsolável, não queria ouvir as pessoas falarem em espanhol, comer aquele feijão de tempero diferente e nem sair da segurança do meu quarto de hotel. Minha parceira de viagem e sócia trouxe uma solução para conseguir me tirar do quarto para almoçar, sair de fones. Embalada pela playlist que fiz, apenas com a música de mulheres baianas que me reconectam comigo mesma, superei a pequena crise e voltei a curtir minha merecida viagem.
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Naquele momento ainda não conhecia Navegar, mas Pele Fresca, de Monique, estava no primeiro lugar da playlist Saudade de Casa. Ambas fazem parte do álbum de estreia da artista, intitulado Tempo, com data de lançamento prevista para julho. Junto a Pele Fresca, primeiro lançamento da carreira – que já conta com mais de 20 mil streamings apenas no Spotify – e Correnteza, novas seis músicas vêm para embalar as minhas, as suas e as nossas playlists de brasilidades, baianidades e músicas para relaxar e se confortar internamente.
“Navegar é sobre entrar no mar com receios e sair com a coragem de ser eu mesma, de falar sobre desejos, sobre corpo, é “brincar” com a voz para afogar o que me apertava o peito, o que me deixava com o coração na mão”, compartilha a artista.
A obra traz grande influência poética e musical de Mayra Andrade e Luedji Luna, cantoras que me inspiraram a falar sobre sentimentos, desejos sem medo ou vergonha, Com o swing das guitarras de Felipe Guedes e a delicadeza assertiva de Sebastian Notini no arranjo, sopros e percussão, “Navegar” é uma carta de intenção às influências afro-brasileiras que o disco vai apresentar.
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OPINIÃO
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