O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira (12) pelo IBGE, apontou que, pelo segundo mês consecutivo, o grupo Alimentação e bebidas — o de maior peso no índice — registrou queda nos preços. Em julho, a variação foi de -0,27% em relação a junho, acompanhada também pelas baixas nos grupos Vestuário (-0,54%) e Comunicação (-0,09%).
A principal contribuição veio da alimentação no domicílio, que caiu 0,69%, puxada por recuos expressivos no preço da batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%). Esses produtos, essenciais na mesa das famílias brasileiras, ajudaram a conter a inflação do mês, que ficou em 0,26%. Sem essa redução, o índice teria alcançado 0,41%.
No acumulado de 2025, o IPCA registra alta de 3,26% e, nos últimos 12 meses, 5,23% — ligeiramente abaixo dos 5,35% do período anterior.
Transporte e combustíveis
Os combustíveis também tiveram queda média de 0,64%, com destaque para o etanol (-1,68%), diesel (-0,59%), gasolina (-0,51%) e gás veicular (-0,14%). Ainda assim, o grupo Transportes acelerou de 0,27% para 0,35%, impulsionado pela alta nas passagens aéreas, que subiram 19,92%.
Alimentação fora de casa em alta
Enquanto comer em casa ficou mais barato, a alimentação fora do domicílio subiu 0,87% em julho. O preço dos lanches avançou 1,90% e o das refeições, 0,44%.
Habitação e energia elétrica
O grupo Habitação teve alta de 0,91%, puxado pela energia elétrica residencial, que subiu 3,04%, sendo o item de maior impacto individual no índice do mês (0,12 ponto percentual). O aumento reflete reajustes em concessionárias de São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, mesmo com redução de tarifas no Rio de Janeiro.
Outros grupos
O setor de Despesas pessoais (0,76%) foi influenciado pela alta nos jogos de azar (11,17%), enquanto Saúde e cuidados pessoais (0,45%) subiu com aumentos em higiene pessoal (0,98%) e planos de saúde, que tiveram reajustes autorizados pela ANS.
O que é o IPCA?
Criado pelo IBGE em 1980, o IPCA mede a variação de preços para famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos em várias regiões do país. O índice de julho comparou preços coletados entre 1º e 30 de julho de 2025 com os do período de 30 de maio a 30 de junho de 2025.
