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Quarto dia de Bienal do Livro Bahia reúne estudantes, professores e leitores

Reportagem do Portal Umbu esteve na Bienal do Livro Bahia para conferir as atrações do quarto dia do evento

Foto: Jadson Luigi

Com inúmeros carros, vans e ônibus escolares estacionados no Centro de Convenções, centenas de alunos acompanhados de seus professores aproveitaram a tarde desta segunda-feira (29) para acompanhar as atrações do quarto dia de Bienal do Livro Bahia. Entre os docentes que conduziram estudantes estava a professora e diretora do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Arlete Magalhães, Sheila Gasparo. Ela e os alunos estavam no espaço infantil Janelas Encantadas, onde assistiram uma apresentação musical voltada para as crianças.

“É muito importante a oportunidade que temos esse ano, de trazer as crianças para a Bienal. Principalmente esse ano que a gente trouxe as crianças pequenas. No meu caso, as crianças de 3 anos que estão aqui e, desde pequenas, íamos incentivando o trato, com a leitura, com os livros escritos, com as histórias. Eles já participaram aqui, agora à tarde, de duas contações de história, com direito a música, dança e estão se divertindo muito”, relatou.

À tarde, os trabalhos começaram no Café Literário a partir das 14h com a mesa “Prefeitura de Salvador apresenta: as imagens das letras”. O encontro colocou em primeiro plano um importante profissional do fazer literário: o ilustrador. Participaram da mesa, os artistas visuais, Eris Beatriz, Hugo Canuto e Igor Souza.

Foto: Jadson Luigi

Durante o bate-papo, os artistas discorreram sobre o trabalho de escrever com imagens. Foram distribuídas ainda senhas ao público, no final da mesa, foi realizado um sorteio para a entrega de um livro.

A conversa seguiu no Café Literário a todo vapor. Às 16h, a mesa “TV Bahia apresenta: negritudes em ascensão”, reuniu os jornalistas da Rede Bahia, Luana Souza, Vanderson Nascimento e Muller Nunes. No encontro, Luana falou sobre a ausência de pessoas pretas na televisão antes de ingressar na profissão. A apresentadora citou como suas referências as jornalistas Wanda Chase e Rita Batista.

Muller Nunes fez a mediação da conversa. Vanderson Nascimento, por sua vez, compartilhou as dificuldades quando ainda era estudante de jornalismo. O apresentador contou que houve resistência da família quando comunicou sua opção de seguir na carreira.

Nos stands, no primeiro piso, além dos leitores que passeavam pelo local, também estavam autores que aproveitam os dias da Bienal do Livro para lançar as suas obras. É o caso da escritora, redatora, tradutora e colunista do portal Umbu, Karla Fontoura, que está lançando “Meus causos – 13 contos sobre encontros desastrosos com homens”. No livro, Karla tece contos para narrar seus encontros amorosos com os parceiros que já passaram por sua vida.

Foto: Jadson Luigi

“O livro nasceu de um momento que você senta com os seus amigos e começa a contar histórias sobre aqueles encontros em que deram tudo errado. E aí, eu via que a maneira que eu contava as histórias fazia os meus amigos darem muita risada. E eu pensei: ‘quer saber de uma coisa? Eu tenho tanta história para contar’. E tem história que, às vezes, eu pego de amigas minhas e de pessoas que eu convivo e eu fico repassando essas histórias, que são tão inacreditáveis em certo nível”, explicou Karla.

“Eu sou muito da escrita, crítica feminina, só que eu estava sentindo falta de entrar num lado mais de ficção. E aí eu aproveitei que eu já tinha essas histórias para contar e fui contando do meu jeitinho, por isso que não é um relato biográfico de encontros desastrosos. É um relato com a brincadeira da ficção. É baseado na história real no sentido de que, sim, eu encontrei um cara de pau pequeno, sim, eu fui traída por um namorado meu. Porém, eu incrementei com um tom bem sarcástico, com uma vibe bem Picolé de Limão, tipo o podcast Não Inviabilize”, contou.

Passeando entre os stands, a reportagem do portal Umbu encontrou o espaço da editora Euphoria. No catálogo da editora, é possível encontrar uma variedade de títulos com narrativas LGBTQIAPN+. Para a editora de livros, escritora e proprietária da Euphoria, Nathália Brandão, publicar histórias que abordem a diversidade e levar para espaços como a Bienal do Livro é importante.

“Eu comecei escrevendo fanfics LGBTs e ficava apaixonada porque eu falava: ‘gente, eu nunca li livros tão bons assim, nem hétero e nem gay, mas gay menos ainda’. Livros queers são muito difíceis de encontrar desde que eu era muito novinha. Então eu criei uma editora que era para ser exatamente o que eu sempre quis ter, de onde eu sempre quis ler livros, de onde eu queria adquirir esses livros e não existia porque, se eu não me engano, tinha uma ou duas editoras LGBTs, mas elas eram pouco conhecidas. Então eu falei: ‘bom, eu vou fazer isso, eu vou fazer uma editora LGBT pra ser tão reconhecida quanto as outras editoras tradicionais que publicam vários nichos’”, relatou Brandão.

“Eu queria que a pessoa entrasse [na editora] tendo a certeza de que o conteúdo que está ali é a nossa casa e foi assim que surgiu a Euphoria. A galera que entra aqui já entra tendo a certeza que vai encontrar livro gay, que vai encontrar livro sáfico e a gente está em busca de outras siglas também para trazer o intersexo, para a gente trazer o trans também, mas a gente vai trazendo aos pouquinhos”, conta a empresária.

Foto: Jadson Luigi

Durante a Bienal do Livro, a Euphoria está lançando o livro “Pas de Deux – Asas da Destruição” da autora Gabriela Martinelli. “É um romance meio dark. São dois bailarinos que se tornam rivais, dentro de uma academia de balé, porque um fica tentando sabotar o outro para ser a estrela principal do Lago dos Cisnes, que é a peça que eles vão apresentar na próxima temporada. Só que tudo isso, esse ódio, acaba virando uma tensão sexual e eles estão numa relação muito louca de competição”, explica a proprietária da editora.

Como nem tudo são flores, os preços dos livros disponíveis no evento podem ser considerados um tanto quanto elevados. Quem quisesse adquirir um exemplar nos espaços de grandes editoras não desembolsaria menos de R$ 40 para comprar um título. Há espaços onde é dito que há promoção, no entanto, é limitada a títulos restritos. Neste locais, foram encontrados exemplares custando por volta de R$ 70.

Para fugir desses preços, alguns leitores encontraram em stands da Promo Livros e o Maluco por Leitura, algumas promoções. Com a maioria dos títulos sendo de autores independentes ou em início de carreira, os espaços vendiam os livros com promoções entre R$ 20 a R$ 30.

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