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Qual acordo você está fazendo com o “você” do futuro?

Esta semana eu ouvi pelo menos uns três amigos falando sobre o livro “O Valor do Amanhã”, do economista e filósofo brasileiro Eduardo Giannetti da Fonseca. Em um determinado momento, o autor disserta sobre o acordo econômico e temporal que você está fazendo com o você do amanhã. O que o jovem cheio de expectativas, possibilidades e vitalidade de hoje está fazendo para garantir a sobrevivência do você do futuro.

Trazendo para o nosso dia a dia, este questionamento nada mais é do que uma provocação para saber se você está guardando parte do que ganha para fazer uma reserva financeira para a sua velhice. Isso mesmo, nós vamos envelhecer – pelo menos é isso que todos nós esperamos – e essa qualidade de vida na melhor idade vai depender diretamente dessa reserva.

Tenho certeza que todos nós já ouvimos falar em alguma fórmula ou regra para conseguir essa poupança: “Guarde 10% de tudo que você ganha”; “remunere primeiro a você mesmo com uma parte do que você ganha” e por aí vai… Todos estão falando a mesma coisa: se você gastar tudo que tem, com certeza vai ter problemas financeiros ou vai criar problemas para alguém que gosta de você no futuro.

Quando somos jovens, é natural que pensemos que somos invencíveis e que temos que viver a vida ao máximo, no menor tempo possível, como se o amanhã não existisse. “Coloca no cartão de crédito que depois eu resolvo o B.O.”, não é isso mesmo? Esse pensamento só será verdadeiro se morrermos jovens ou se a vida for infinita. Como não queremos morrer cedo e muito menos conseguiremos viver para sempre, acho melhor acordarmos logo para a realidade, que é a da maioria dos mortais, e começarmos a pensar no “você” do futuro, pois é ele que vai pagar a conta de tudo que você está fazendo hoje.

Infelizmente, o plano de saúde, o aluguel, as contas de água, luz e os remédios que serão inevitáveis lá na frente, não poderão ser pagos com as nossas memórias felizes ou roupas da moda da nossa época, fotos ou ingressos daquele show imperdível.

Minha recomendação é que se inicie o quanto antes uma reserva. Comece com 10% do que você ganha, mesmo que pareça impossível no começo, mas logo, logo você verá que não é bem assim. É possível sim! Ainda acha que não? Então tá. Feche os olhos e tente explicar como é que você consegue pagar as prestações do apartamento, do carro novo ou pagar as faturas do cartão de crédito. Em todos esses casos você não tem o dinheiro e, ainda assim conseguiu, de alguma forma, atender os desejos imediatos do “Você Jovem”. Não é isso? Então, como é que você não consegue poupar uma pequena parte para atender seus desejos na velhice? Assuma logo que é uma questão de escolha e mão à obra.

Minha sugestão é dividir renda em partes da seguinte forma:

•             10% para reserva para o futuro (velhice ou custos emergenciais);

•             40% para custos essenciais (aluguel ou prestação do apartamento, água, luz, internet, alimentação);

•             30% para estudo e crescimento profissional (cursos de especialização ou novas habilidades);

•             20% com cultura e lazer (o que você quiser fazer).

Lembre-se que, mais tarde, a tendência será a de termos menos disposição física para o trabalho e, na maioria das vezes, não termos as mesmas oportunidades de trabalho. Para piorar, o custo de vida na melhor idade é muito mais caro do que na juventude. 

Não tem para onde correr. Hoje você pode escolher se poupa parte do seu rendimento para facilitar sua vida no futuro, complementar a aposentadoria paga pelos governos, na tentativa de manter no mínimo o padrão de vida de hoje ou se aposta que receberá uma herança, que ganhará na loteria ou dará qualquer tipo de sorte e não sofrerá com a falta de recursos nos últimos anos de vida.

Pensar no futuro não é uma coisa nova e essa questão já circula na sociedade desde os primórdios da civilização. Na Grécia antiga, Esopo escreveu uma fábula sobre o tema: “A Cigarra e a Formiga”. Na versão do francês La Fontaine, feita em 1668, o conto mostra as diferentes estratégias para superar o inverno (futuro): a Formiga usava seu tempo e esforço para estocar comida para o futuro, ao tempo em que a Cigarra investia seu tempo diversão, descanso e cantorias para satisfazer as necessidades imediatas. Quando chegou o inverno, a formiga tinha alimentos e estava protegida, quanto a cigarra definhava no frio.

E você, quem gostaria de ser no futuro: a cigarra ou a formiga?

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Cassio Adriano
Cassio Adriano
1 ano atrás

Concordo , precisamos realmente pensar e planejar o futuro .
Obrigado e parabéns.

Frana
Frana
1 ano atrás
Reply to  Cassio Adriano

👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼

Jailma da Silva Sena
Jailma da Silva Sena
1 ano atrás

Mesmo em meio as dificuldades, é preciso planejar o futuro financeiro. Excelente orientação.

Yasmin
1 ano atrás

Amei, Adelmo!

Antônio Rosa Junior
Antônio Rosa Junior
1 ano atrás

Pensar no nosso futuro e de quem amamos é uma demonstração de amor, tanto proprio com do outro!

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