Evento reuniu várias atividades voltadas para valorização e impulsionamento da economia criativa para as pessoas pretas da cidade
Foi dada a largada no Festival Salvador Capital Afro, o primeiro dia realizado nesta terça-feira (22) contou com uma programação variada. Realizado no Quarteirão das Artes, na Barroquinha, em Salvador, o evento reuniu várias atividades voltadas para valorização e impulsionamento da economia criativa para as pessoas pretas da cidade. No primeiro dia, foram realizadas oficinas sobre educação financeira, um painel sobre a Diáspora e apresentações musicais.
O Café Nilda Spencer no Quarteirão das Artes ficou lotado de pessoas querendo participar da oficina “Afrofuturismo – Precificação e Autovalor” que contou com a apresentação da educadora financeira, Átila Lima.
“Foi um convite para lá de especial, principalmente falando de empreendedorismo de pessoas pretas. Eu sou uma mulher preta de periferia e entendo o quanto que o racismo nos atravessa, eu entendo os desafios que um empreendedor enfrenta para poder viver do seu negócio e ainda assim cuidar da sua família. Então falar de educação financeira no espaço como esse é resistência, é potência e é fazer com que esses empreendimentos possam avançar. E essas famílias também possam ter dignidade, realizar sonhos e ter prosperidade na sua vida”, explica Átila.
Vilson Caetano, antropólogo e professor da UFBA (Universidade Federal da UFBA), participou do painel “Salvador Cidade Conexão da Diáspora”. A mesa, realizada na Igreja da Barroquinha, foi apresentada pela jornalista da Rede Bahia, Luana Assiz. Participaram ainda do painel Abiola Akandé, de Benin; Paula Moreno, da Colômbia, e mediação de Cíntia Guedes.
“É uma das temáticas que nos empoderam enquanto homens e mulheres negros, sobretudo quando a gente diz que existe uma continuidade dessas tradições africanas no Brasil e de que essas tradições elas vão produzir ações de empoderamento e de enfrentamento ao racismo. É muito importante pensar também de que essa dimensão é algo que ultrapassa a dimensão simbólica reafirmando a importância da cidade do Salvador nesse cenário, mas também a necessidade de pensar essas culturas africanas no plural e como algo que está presente em outras partes do país”, diz Caetano.
Para finalizar o primeiro dia do evento, os artistas Jann Souza, Vanessa Melo, Aline Souza e a banda IFÁ subiram ao palco do Festival Salvador Capital Afro para realizar apresentações musicais.
SOBRE O FESTIVAL SALVADOR CAPITAL AFRO
Considerado um grande marco do Salvador Capital Afro – movimento que busca projetar a cidade como destino em referência nacional e internacional no Afroturismo -, o festival é totalmente gratuito e acontece até 25 de novembro, no Quarteirão das Artes, na Barroquinha. O evento está reunindo diversas atividades voltadas para valorização e fomento da economia criativa preta da cidade, assim como para estímulo ao desenvolvimento de políticas públicas necessárias para o posicionamento de Salvador como uma cidade antirracista.
Apontado como um ecossistema capaz de reunir uma diversidade de público e interesses, por meio de quatro pilares – político, econômico, educacional e cultural – o evento também é visto como uma base de transformação social, cujo foco é capacitar pessoas, mobilizar negócios e envolver, de forma atrativa, toda a cadeia de afroempreendedores.
O Festival Salvador Capital Afro é uma iniciativa da Prefeitura Municipal de Salvador, através da Secretaria de Cultura e Turismo (SECULT), no âmbito do PRODETUR Salvador, em parceria com a Secretaria da Reparação (SEMUR), e faz parte do Plano de Desenvolvimento do Afroturismo da cidade. O projeto tem financiamento do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento e conta com a parceria de GOL Smiles e Americanas.
Fotos: Produtora Alforria
