
A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) investiga atualmente três casos suspeitos de intoxicação por metanol que resultaram em duas mortes e um quadro de sequelas graves. As vítimas são homens, dois residentes em Lajedo e um em João Alfredo, no agreste estadual, todos atendidos no Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru.
O primeiro paciente, de 43 anos, foi internado em estado gravíssimo no dia 2 de setembro e morreu no dia 9. O segundo, de 32 anos, foi hospitalizado em 4 de setembro e recebeu alta no dia 23, mas com perda visual bilateral permanente como sequela. A SES-PE não divulgou a identidade das vítimas nem detalhes sobre o terceiro caso.
A Apevisa informou na noite de terça-feira (30) ter sido notificada a respeito dos casos. Segundo a agência, já foram iniciadas ações de fiscalização em distribuidoras de bebidas alcoólicas no estado.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) esclareceu que os hospitais têm o dever de relatar quadros clínicos compatíveis com intoxicação por metanol ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs/PE). A confirmação das causas dos óbitos e das sequelas depende de exames do Instituto de Medicina Legal (IML).
Os sintomas iniciais da intoxicação por metanol podem se confundir com os do consumo de álcool etílico: náuseas, vômitos, dor abdominal e sonolência. Entre seis e 24 horas após o consumo, porém, podem surgir sinais mais graves, como visão turva, cegueira, convulsões e até coma — o que torna essencial atendimento médico imediato.
Os casos em Pernambuco somam a outros casos de intoxicação por metanol no país, especialmente após incidentes com bebidas adulteradas registrados em São Paulo. À população, Apevisa e SES-PE recomendam verificar os rótulos, lacres e procedência das bebidas, além de evitar produtos de origem duvidosa ou vendidos por preços muito abaixo do mercado.