Um desfile histórico marcou a comemoração do Jubileu de Prata, 25 anos, o bloco Os MASCARADOS, que atraiu cerca de 15 mil foliões fantasiados, ontem (08/02), no Circuito Barra-Ondina. Sob o comando do cantor Jau e a participação de Margareth Menezes, que cantou até a chegada em Ondina, mais uma vez o bloco surpreendeu o público ao coroar duas rainhas, a percussionista Lan Lanh e a atriz Nanda Costa. Atitude que consagra o próprio pioneirismo dos Mascarados, que desde sua criação transformou a quinta-feira em um dia de liberdade e diversidade, empoderando as mulheres e minorias no Carnaval de Salvador.
Uma apresentação quase perfeita. Uma pane no som deixou o trio alguns minutos mudo, mas não tirou a alegria dos foliões. Ao lado de Jau, que fez o público cantar acompanhando só na percussão, a cantora Thathi também se destacou do início ao fim com sua música pop.
Sucesso junto à comunidade LGBTQIA+, Os Mascarados resgata o prazer da fantasia na folia soteropolitana. No espaço mais plural da folia baiana, havia super-heróis, caricatas, sátiras políticas, palhaços e fadas, entre outros. Desde o início, Os Mascarados abraçam campanhas de conscientização, como “Use Camisinha” e de combate à violência contra a mulher. Além de resgatar no folião, a alegria e a liberdade de se divertir em um bloco pipoca, sem cordas, como hoje finalmente vem se tornando comum.
Durante o desfile, o público pode acompanhar a força das diretoras, Paula Resende, Selma Calabrich e Jaqueline Azevedo, que não medem esforços para colocarem o bloco na rua. No universo predominante masculino, elas conquistaram o respeito com a força e determinação para colocar na rua um dos maiores blocos do país. O tricô conta sempre com a presença de Margareth Menezes, uma de suas fundadoras de Os Mascarados. que está de férias no Ministério da Cultura e pode voltar ao carnaval da Bahia.
Fãs do bloco, as rainhas Lan Lanh e Nanda Costa desceram o trio e distribuíram simpatia e alegria na pipoca. Elas são as primeiras mulheres a ocuparem a ocuparem a realeza do bloco. Depois da cantora trans Majur ocupar o trono ao lado de Pedro Tourinho, em 2020, a escolha de duas rainhas contribui para um novo capítulo na continuidade da história dos Mascarados, surpreendendo a cada ano o seu público sem perder a base de
“Ficamos emocionadas com este convite, principalmente nesse momento da vida, em que escolhemos Salvador para ser também o nosso lar. Me senti extremamente acolhida pelos foliões e honrada por receber ao lado da Lan o título de rainha de um bloco tão importante para nossa cultura. O Mascarados sempre foi plural, diverso, alegre, e carrega a força de Margareth, uma referência imensa para a gente de arte e resistência”, festeja a atriz Nanda Costa.
Acompanhado de sua banda, durante o desfile Jau reforçou o conceito musical do bloco com um repertório que reuniu seus sucessos e hits atuais e antigos do Carnaval. Durante o percurso, o cantor baiano contou com a companhia luxuosa de Margareth Menezes, fundadora e muito conhecida dos foliões do bloco, e de Thathi, que, a bordo de sua guitarra, trouxe o balanço da música pop.
“Os Mascarados é um bloco que tem um apelo musical muito específico, por isso, a gente se jogou neste ambiente musical do bloco. Fizemos do que a gente é do que são Os Mascarados, mesclando as nossas músicas com as que compõem o seu repertório clássico para a folia. Isso sem falar na participação de Maga e de Thathi, essas cantoras maravilhosas”, vibra Jau.