Nesta última quinzena do ano de 2023 eu me peguei comentando com alguns colegas de trabalho o meu desejo de que o ano acabasse logo para que eu e a equipe tivéssemos uma folga para respirar. Um dos meus colegas me olhou, fez um sinal positivo com a cabeça, como quem concorda e compartilha o desejo, mas em seguida me fez um questionamento que me levou à reflexão desse texto. Ele perguntou:
“Que magia é essa do ano novo que faz com que todos renovem suas energias, mesmo sabendo que é apenas mais um feriado e que, em breve, tudo voltará ao normal e que todos retornarão para o mesmo trabalho, com os mesmos colegas e mesmos hábitos, mas com um sentimento de energia renovada?”. E vocês, já pararam para pensar na “magia” dos ciclos?
Talvez essa tal “magia” tenha a ver com os movimentos da natureza e com a forma com qual aprendemos a medir o nosso tempo de vida.
A contagem de tempo através de ciclos não é coisa de hoje. Desde os primeiros registros da nossa existência o tempo é definido por ciclo, com dias e noites que determinam a nossa hora de dormir e acordar, ciclo lunar que define, entre outras coisas, o movimento dos mares, ciclo solar que define o número de dias do ano, ciclo de aniversário que define a nossa idade e por aí vai…
Com base nestes ciclos, aprendemos a organizar as nossas vidas em dias da semana, semanas do mês e meses do ano e, consequentemente, a distribuir nossas tarefas e obrigações ao longo desses ciclos. Talvez isso explique, pelo menos em parte, o porquê de datas como aniversário e final de ano despertarem essas sensações mágicas de renovação e recomeço em que temos a tendência de deixarmos no ciclo passado aquilo que não foi bom e planejarmos uma outra jornada, outro campeonato, outras metas.
Vai dizer que você nunca disse que iria começar a fazer exercício na segunda-feira (início da semana) ou que se tornaria uma pessoa diferente do dia do aniversário, que no ano novo será diferente e que você vai enriquecer? Todos nós temos esse desejo, mas, infelizmente, poucos se planejam, definem estratégias e metas para chegar nesse objetivo.
Já falamos que planejamento sem informações e organização não é planejamento, mas apenas desejos ou, como diz um grande mestre e amigo, apenas cartas de intenção vazias. Só “blá-blá-blá”!!
Então, para que tenhamos um ano novo ano diferente e como todas as realizações que pensamos e profetizamos na festa de ano novo, em meio a beijos apaixonados, pensamentos positivos e fogos (sem barulho) sejam concluídas e estejam bem encaminhadas no final desse novo ciclo, recomendo que já nessas primeiras semanas de janeiros sejam listados em um papel, planilha, caderno ou em qualquer outra ferramenta de fácil acesso todos os seus objetivos para esse ano ou para sua vida. Não se preocupe em detalhar muito. Apenas escreva. É importante que neste plano você defina claramente:
O que você deseja – Escrever com clareza o objetivo e o que ele irá proporcionar ou mudar de forma positiva a sua vida.
Em quanto tempo – Dentro da sua realidade, em quanto tempo você poderá chegar nesse objetivo. Seja sincero com você mesmo, não tem por que mentir já que o desejo é seu.
O que fazer para chegar lá – Plano de ação. Descreva o seu plano, simples assim.
Indicadores – Relaxe, é simples. Você vai definir apenas um parâmetro de comparação que será medido em tempo em tempo, mês a mês por exemplo, para saber se o seu plano está dando resultado ou se precisa ajustar alguma coisa.
Fazendo isso, você vai ver que como um passe de mágica, que seu desejo agora é um plano, um planejamento escrito com objetivo, plano de ação e indicadores claros. Parabéns, você agora é um planejador!
Dito isto, meu desejo é que esse plano de vida escrito e comprometido possa te levar a um bom futuro e que, no final do ano, se for o caso, você possa subir a Colina Sagrada na última sexta feira do ano apenas para agradecer pela nossa saúde e realizações do ano que passou e não para chorar as pitangas e ficar se lamentando pela má sorte e amarrando fitinhas com a esperança de que Deus te sopre no ouvido os números da Mega da Virada.
Se for para isso, o endereço é outro, pois a entidade responsável por ouvir as lamentações se encontra no Largo do Campo Grande, mais especificamente, aos pés do Caboclo.
Foto: Pressfoto/Freepik
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