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Movimentos populares lançam carta e plebiscito por justiça tributária

Pautas incluem isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês

Foto: Frente Povo Sem Medo

Organizações sociais, movimentos populares, entidades estudantis e da sociedade civil lançaram uma carta defendendo, entre outros pontos, maior justiça tributária no país, com maior taxação dos super-ricos, fim dos supersalários no Judiciário e revisão das renúncias fiscais. Assinado por mais de 70 entidades, o documento defende a isenção do imposto de renda de quem ganha até R$ 5 mil por mês com a cobrança de mais impostos de quem ganham mensalmente mais de R$50 mil. Um plebiscito popular sobre o tema também foi lançado.

Na avaliação das organizações, há uma ofensiva dos setores mais privilegiados da sociedade para obrigar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a fazer cortes no orçamento de áreas sociais e reformas que retiram recursos da área da saúde, educação e da previdência.

“Querem obstruir medidas apresentadas pelo governo para tributar especuladores do mercado financeiro, que são privilegiados pelo nosso sistema de impostos que penaliza quem vive de salários e protege quem tem renda de mais de R$ 1 milhão por mês. Além disso, bloqueiam medidas para enfrentar os supersalários de juízes e desembargadores e a aposentadoria dos militares”, diz a carta.

Assinado, entre outros, pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), Movimento Negro Unificado (MNU), pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) o texto também denuncia que o Congresso Nacional age como “guardião dos privilégios”, das elites econômicas e políticas.

O documento aponta ações do parlamento para bloquear as tentativas de “construir um sistema tributário mais progressivo e de acabar com privilégios para distribuir melhor a riqueza e reduzir as desigualdades históricas que marcam o Brasil”.

Na carta, as organizações populares, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a União Brasileira de Mulheres (BM), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Central dos Movimentos Populares (CMP), pedem que o Congresso Nacional aprove medidas como tributação dos super-ricos, de transações financeiras, fundos de especulação e das empresas exportadoras, aumentando a taxação sobre altas rendas, capital e lucros.

A necessidade de revisão das renúncias fiscais dadas a diversos setores da economia é outro ponto apontado na carta. O documento afirma que as renúncias correspondem a 4,8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Também é preciso, argumentam os movimentos signatários, restringir os gastos com emendas parlamentares, que estão na faixa de R$ 50 bilhões por ano. Além disso, é necessário defender recursos para a seguridade social, posicionam-se, rechaçando uma possível nova reforma da previdência e a desvinculação das aposentadorias do salário-mínimo. Outro ponto defendido é a manutenção dos pisos constitucionais da saúde e da educação.

A preservação das áreas sociais e as políticas públicas para moradia, reforma agrária, direitos das mulheres, igualdade racial e direitos humanos e a proteção dos serviços públicos e o atendimento aos cidadãos também são apontadas como importantes. As entidades rejeitam propostas de reforma administrativa que prejudiquem a população.

“É hora de pressionar o Congresso e exigir que o Orçamento Público sirva à maioria, não aos interesses de uma minoria privilegiada”, finaliza o documento.

Plebiscito

A proposta de escuta popular, batizada como “Plebiscito Popular Por um Brasil mais Justo”, vai perguntar a opinião da população sobre a isenção do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF) para quem ganha até R$ 5 mil, a taxação de quem ganha mais de R$ 50 mil por mês, e sobre o fim da escala 6×1. O plebiscito para ouvir a população vai até sete de setembro.

Uma cartilha foi lançada detalhando os eixos principais da mobilização, dos temas que serão votados e orientações para a realização da votação.

Assinam a carta

Frente Brasil Popular

Frente Povo Sem Medo

ADUFMS – Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

ADUFSJ – Associação dos Docentes da Universidade Federal de São João del-Rei

APUBH/UFMG – Sindicato dos Professores da Universidade Federal de Minas Gerais

Associação de Apoio aos Direitos Humanos do Alto Tietê

Associação Mulheres Evangélicas pela Igualdade de Gênero

Casa Laudelina de Campos Mello – Organização da Mulher Negra / Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras

Casa Marielle Franco Brasil

CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviço

CFEMEA – Centro Feminista de Estudos e Assessoria

Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores/as da Região Metropolitana de Fortaleza

Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos

CMP – Central dos Movimentos Populares

CMP-MS – Central dos Movimentos Populares de Mato Grosso do Sul

CONAM – Confederação Nacional das Associações de Moradores

DCE-UNIMONTES – Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual de Montes Claros

DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos

Diretório Acadêmico de Geografia da Universidade Federal de Alagoas

Evangélicos pela Justiça

FECOSUL- Federação dos Comerciários do Sul

FMPE – Fórum de Mulheres de Pernambuco

FMM – Fórum Maringaense de Mulheres

FNRU – Fórum Nacional de Reforma Urbana

Fórum Alagoano de Economia Solidária

Fórum da Amazônia Oriental

IBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas

IJF – Instituto Justiça Fiscal

INESC – Instituto de Estudos Socioeconômicos

Instituto Alziras

Instituto Soma Brasil

Instituto Vidas Amazônicas – Gênero, Democracia e Justiça Socioambiental

Iser Assessoria

Jubileu Sul Brasil

KOINONIA – Presença Ecumênica e Serviço

LabdadosBrasil

Levante Popular da Juventude

Marcha Mundial das Mulheres

MNCP-PE – Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas – Pernambuco

MNDH – Movimento Nacional de Direitos Humanos

MNU – Movimento Negro Unificado

Movimento Brasil Popular

Movimento Vaitegorda

MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto

N’ZINGA – Coletivo de Mulheres Negras de Minas Gerais

ONG Taramela ATAC

OXFAM – Oxfam Brasil

Panela de Expressão – Etnogastronomia, Gênero e Comunicação

Partido Comunista Brasileiro – Célula de Maringá/PR

Pastoral da Juventude Rural

Pastoral dos Grupos de Família

Plataforma dos Movimentos Sociais por Outro Sistema Político

Processo de Articulação e Diálogo entre Agências Ecumênicas Europeias e Parceiros Brasileiros

PSOL – Partido Socialismo e Liberdade

PSOL-AL – PSOL Alagoas

PSOL – PSOL Maringá/PR

PÚBLICA – Central do Servidor

Rede Brasil Afroempreendedor

Rede da Agricultura Familiar

Rede de Desenvolvimento Humano

Rede Feminista de Saúde

Rede Quilombação

REDE SAPATÀ – Rede Nacional da Promoção e Controle Social da Saúde, Cultura e Direitos LGBTs Negras

Resistência PSOL

Resistência/PSOL – Rio das Ostras/RJ

SASEAL – Sindicato dos Assistentes Sociais do Estado de Alagoas

SEB – Sindicato dos Engenheiros da Bahia

Sempreviva Organização Feminista

SINDAEN – Sindicato dos Trabalhadores no Saneamento

SINSEP/MS – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal de Mato Grosso do Sul

SOS CORPO – Instituto Feminista para a Democracia

Terra de Direitos

UBM – União Brasileira de Mulheres

UNE – União Nacional dos Estudantes

GRUPO CURUMIM

Coletivo Popular Direito à Cidade – Porto Velho – Rondônia

Sintracoop Maringá

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