
Faleceu, nesta terça-feira (28), a escritora Marina Colasanti, no Rio de Janeiro. Autora de mais de 70 obras, Colasanti escreveu poesias, contos, literatura infantil e infanto-juvenil, além de atuar como jornalista e tradutora. A informação foi confirmada pelo Parque Lage, onde o corpo será velado.
A cerimônia acontecerá na manhã desta quarta-feira (29). Marina chegou a morar no Parque Lage e era sobrinha da cantora lírica Gabriela Bezansoni.
Em 2024, Marina foi anunciada como Personalidade Literária do ano do Prêmio Jabuti, um dos mais importantes do meio literário.
Colasanti se tornou a 10ª mulher a conquistar o cobiçado Prêmio Machado de Assis, em 2023. Concedido pela Academia Brasileira de Letras e considerado um dos principais prêmios literários do país, o reconhecimento ocorreu devido ao conjunto da obra da escritora.
Trajetória
Marina Colasanti nasceu em 26 de setembro de 1937, na cidade de Asmara, capital da Eritreia, na África. Passou parte da infância em Trípoli, na Líbia, e também na Itália.
Por conta da difícil situação vivida na Europa após a Segunda Guerra Mundial, Colasanti e sua família vieram para o Brasil em 1948.
Seu primeiro livro foi escrito em 1968, já são mais de cinquenta títulos publicados no Brasil e no exterior.
Além de escritora, Marina atuou como jornalista. Em 1962, ingressou no Jornal do Brasil, onde foi redatora, cronista, colunista, ilustradora e subeditora. Foi editora do Caderno Infantil, participou do Suplemento do Livro com numerosas resenhas. Foi também editora da seção Segundo Tempo do Jornal dos Sports. Permaneceu no jornal até 1973.
Em seguida, passou a assinar seções para as revistas Senhor, Fatos e Fotos, Ele e Ela, Fair-play, Cláudia e Joia. Em 1976 ingressou na Editora Abril, onde exerceu a função de Editora de Comportamento para a revista Nova (extinta Cosmopolitan Brasil).
Na revista, Marina revolucionou o modo de fazer jornalismo ao tratar de questões feministas em seus textos, algo pioneiro em títulos femininos. Na ocasião, a jornalista trocou temas como cozinha, beleza, costura, entre outros frequentemente tratados nas revistas femininas, por questões que afetavam o cotidiano das mulheres.
Por sua atuação na Revista Nova, recebeu o Prêmio Abril de Jornalismo em 1978, 1980 e 1982. Em 1986, de fevereiro a julho, escreveu crônicas para a revista Manchete. Em 1992 deixou a Editora Abril.
Ainda na carreira de jornalista, Marina escreveu crônicas semanais para o Jornal do Brasil entre 2005 e 2007, e para o Jornal Estado de Minas entre junho de 2011 e março de 2014.
Na literatura escreveu “Eu Sei, Mas Não Devia” (1996), “A Moça Tecelã” (1976), “Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento” (1978), “Ana Z. Aonde Vai Você?” (1994), “Uma Ideia Toda Azul” (1979) e “Hora de Alimentar Serpentes” (2013).
Marina era casada com o também escritor, Affonso Romano de Sant’Anna e deixa uma filha, Alessandra.