Aumenta pressão para que o presidente desista da reeleição nos EUA

Dois senadores estão entre os 12 democratas que pediram ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta sexta-feira (19) para desistir da corrida presidencial. O movimento é a maior onda de parlamentares em um único dia pedindo que o democrata se afaste das eleições desde sua atuação no debate ocorrido no mês passado. As informações são do Estadão.
Os senadores Sherrod Brown (Ohio) e Martin Heinrich (Novo México) e 10 membros da Câmara se juntaram à crescente lista de democratas preocupados que Biden estaria no caminho para perder as eleições contra o candidato republicano Donald Trump. Mas a campanha do presidente dos EUA reiterou de forma enfática que ele permaneceria.
O tenso impasse entre o presidente e seu partido criou um confronto crucial que deverá se intensificar neste fim de semana e poderá atingir seu ponto culminante na próxima semana. O impasse cada vez mais intenso entre os partidários e os céticos do presidente sugere que não há fim à vista para a briga interna democrata que cercou a candidatura de Biden, já que ambos os lados estão cada vez mais firmes e dispostos a permitir que o impasse se desenrole em público.
“Acho que o presidente deveria encerrar sua campanha”, disse Brown em um comunicado nesta sexta-feira. Heinrich, vindo de um Estado tradicionalmente democrata que os assessores temem ter se tornado competitivo de repente, pediu a Biden que “se afastasse” pelo bem do país.
Os assessores do presidente permaneceram desafiadores diante da maior ameaça à sua candidatura até agora.
“Ele não vai a lugar nenhum”, disse a presidente da campanha de Biden, Jen O’Malley Dillon, no programa Morning Joe da rede MSNBC, dizendo que o presidente estava “absolutamente” comprometido em continuar sua campanha. Ela o chamou de “a melhor pessoa para enfrentar Donald Trump” e sugeriu que a crescente angústia entre os principais democratas sobre a candidatura de Biden não reflete o sentimento mais amplo do partido.
Menos de duas horas após a aparição de O’Malley Dillon no programa, quatro democratas da Câmara divulgaram uma declaração conjunta pedindo a Biden que “passe a tocha”, o esforço coletivo mais amplo do Congresso até agora — e um movimento que algumas autoridades disseram ser representativo de uma onda maior e crescente contra Biden entre os legisladores que pode surgir se Biden não se afastar no fim de semana.
“Devemos encarar a realidade de que preocupações públicas generalizadas sobre sua idade e aptidão física estão colocando em risco o que deveria ser uma campanha vencedora”, disseram os deputados Jared Huffman (Califórnia), Marc Veasey (Texas), Jesús “Chuy” García (Illinois) e Mark Pocan (Wisconsin) a Biden na declaração conjunta.
Uma pesquisa realizada entre os dias 16 e 18 de julho e divulgada na quinta-feira (18) pela CBS News, parceira americana da BBC, mostrou que Biden está cinco pontos atrás de Trump — a maior margem registrada nesta campanha.
Segundo o jornal Washington Post, o ex-presidente, Barack Obama teria dito em conversas privadas que as chances de Biden diminuíram muito. A assessoria do ex-presidente não quis comentar.
Há relatos também de que a ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi e dois dos democratas mais importantes do Congresso, Hakeem Jeffries e Chuck Schumer, teriam aconselhado Biden a abrir mão de sua candidatura pelo bem do partido.
Todos os políticos mencionados negaram os relatos.
Com informações do Estadão e da BBC News Brasil