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Influencers: Loucuras, crimes e seduções

Aquilo que parecia ser algo inofensivo, passou a ser algo extremamente lucrativo e perigoso

Foto: Reprodução/Linkedin

O fenômeno dos/as influencers parece ter tomado conta do país. Eles/as, estão presentes em praticamente todas as atividades públicas. São orientadores espirituais, sexuais, econômicos, políticos e até mesmo bandidos/as.

Umberto Eco, escritor, filósofo e linguista italiano, famoso por suas frases memoráveis sobre as redes sociais, afirmou certa vez que:

“As redes sociais dão o direito de falar a uma legião de idiotas que antes só falavam em um bar depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a humanidade. Então, eram rapidamente silenciados, mas, agora, têm o mesmo direito de falar que um prêmio Nobel. É a invasão dos imbecis”

Aquilo que parecia ser, num primeiro momento, algo inofensivo e que dizia respeito tão somente a capacidade de seduzir milhares ou milhões de pessoas para que se engajassem em suas ideias e/ou performances, passou a ser algo extremamente lucrativo, perigoso e objeto de toda sorte de truques e traquinagens.

E de uma hora para outra ganhou as páginas policiais e as clínicas psiquiátricas.

A bola da vez é a influencer Deolane Bezerra, com mais de 20 milhões de seguidores nas redes sociais e que acaba de ser presa pela Polícia pernambucana, acusada de participar de uma organização criminosa na qual se lavava dinheiro e realizava jogos ilegais.

Recentemente Renato Cariani, Nego Di, Samara Mapoua, Nino Abravanel, Vitor Vieira Belarmin, bem como as irmãs Cláudia Rodrigues e Camila Rodrigues, donos de contas com milhões de seguidores e que lacravam nas redes sociais, ditando moda e comportamento, também foram presos com acusações gravíssimas: tráfico de drogas, estelionato e até homicídio.

Ou seja, não há nada de inocente nas atividades desses personagens que encantam e seduzem milhões de pessoas país afora, em particular os jovens. E aqui, vale uma frase do famoso colunista carioca, Ibrahim Sued, que dizia: “Olho vivo, que cavalo não desce escada”. 

Mas há um outro lado, também perverso, dessa exposição pública midiática e que também tem provocado estragos monumentais na vida e na cabeça de inúmeros jovens promissores.

Falo da loucura, depressão e tentativas de suicídios da qual muitas dessas pessoas são acometidas ao se verem expostas de forma negativa e serem “canceladas” após cometerem insanidades nas redes sociais, a exemplo do que tem ocorrido com ex-participantes do Big Brother Brasil.

A cantora Linn da Quebrada, a artista Karol Conká, o rapper Lucas Penteado, a trancista Leydy Elin, a sister Antonella Avellaneda, a atriz Maria Bomani que participaram dos últimos BBBs, tiveram crises profundas de depressão após o término do programa e foram parar nas clínicas psiquiátricas. Sendo que algumas delas ficaram com sequelas graves (conforme elas mesmas têm revelado em entrevistas), para o resto das suas vidas.

Além disso, tivemos o caso trágico do jovem Rodrigo Amendoim, (influencer digital de Salvador) que mesmo possuindo mais de 1 milhão e quinhentos mil seguidores e milhares de reais na sua conta bancária, deu um tiro na cabeça por não suportar a discriminação da qual era vítima.

Por isso mesmo, recorro mais uma vez a Umberto Eco, para alertar – “O drama da Internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade”.

Toca a zabumba que a terra é nossa!

OPINIÃO

O texto que você terminou de ler apresenta ideias e opiniões da pessoa autora da coluna, que as expressa a partir de sua visão de mundo e da interpretação de fatos e dados. Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Umbu.

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