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Historiadora baiana Luciana Brito lança livro “O Avesso da Raça” nesta sexta-feira (1º)

Lançamento será no Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO), às 18h

Resultado da pesquisa da historiadora e escritora baiana Luciana da Cruz Brito sobre relatos e documentos produzidos por norte-americanos no Brasil do século XIX, a obra “O Avesso da Raça” será lançado nesta sexta-feira (1º/12), em Salvador.

Explorando dimensões inéditas a respeito do trânsito atlântico de ideias sobre raça, miscigenação, escravidão, abolição e sobre o papel dos afrodescendentes nas nações americanas do século XIX, o livro desvenda concepções raciais e preconceitos que alimentaram os debates a respeito das possibilidades de cidadania de afrodescendentes e analisa as trocas entre Brasil e estados Unidos durante a escravidão.

Com presença da professora Iacy Maia Mata, doutora em História e especialista em História da escravidão e abolicionismo em Cuba e Brasil, o lançamento de “O Avesso da Raça” acontecerá no dia 1º de dezembro, no Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), às 18h.

Para a professora Maria Helena Pereira, a pesquisa de Luciana é tanto quanto ousada: “A história que Luciana Brito nos conta é o resultado de um exercício de pesquisa ousado. Ela encarou questões que foram – e continuam a ser – centrais na estruturação de projetos de nação, quando o escravismo sustentava as sociedades brasileiras e estadunidenses, afirma.”

E conclui: “Nos guiando com uma narrativa bem encadeada, a autora nos apresenta evidências empíricas e interpretações sofisticadas sobre dinâmicas raciais transnacionais, a partir do trânsito de ideias que constituíam as observações produzidas nos Estados Unidos sobre a sociedade brasileira.”

Sinopse do Livro

A partir de uma vasta pesquisa em acervos dos Estados Unidos e do Brasil, a historiadora Luciana da Cruz Brito apresenta neste livro uma interpretação surpreendente sobre o papel da sociedade brasileira nos debates raciais e políticos nos Estados Unidos do século XIX.

De um lado, viajantes e cientistas tomavam o Brasil como um “laboratório de raças” e uma experiência que deveria a todo custo ser evitada, destacando os males da mistura racial e alimentando as perspectivas racistas de então; por outro, abolicionistas estadunidenses, como Frederick Douglass, tinham na sociedade brasileira miscigenada, em que libertos podiam acessar direitos, a despeito de toda a violência do ambiente escravista, um modelo idealizado a ser seguido.

De uma maneira ou de outra, o que a autora revela é como o Brasil serviu de espelho – muitas vezes invertido – para os Estados Unidos na formação de ideias raciais e da própria nação.

Sobre Luciana Brito

Luciana da Cruz Brito é historiadora e professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), concluiu mestrado em História Social na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O livro O avesso da raça é resultado de sua pesquisa de doutorado realizado na Universidade de São Paulo (USP), com estágio na Universidade de Nova York (NYU), como bolsista da Fulbright Brasil. Foi pesquisadora visitante no Instituto W. E. B. Du Bois para Pesquisa Afro-Americana da Universidade de Harvard, professora visitante no Trinity College e, como bolsista da Andrew W. Mellon Foundation, fez seu pós-doutorado na The City University of New York (CUNY), nos Estados Unidos.

É autora de “Temores da África: segurança, legislação e população africana na Bahia oitocentista”, livro vencedor do Prêmio Thomas Skidmore em 2018.

Foto: Divulgação

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