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Festival Latinidades leva música, debates e empreendedorismo negro ao Pelourinho

O evento comemorativo do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana Caribenha no Brasil passou por Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro antes de chegar a Salvador

O II Concerto Internacional contra o Racismo: Pelos Direitos das Mulheres Negras reuniu atrações nacionais e internacionais na Praça Quincas Berro D’Água, no Pelourinho, em Salvador, no último fim de semana.

A programação fez parte do 16º Festival Latinidades, que começou na sexta (28) e terminou neste domingo (30). O evento teve entrada gratuita e patrocínio do Governo da Bahia, por meio das secretarias de Promoção da Igualdade Racial, dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), de Cultura (Secult) e de Turismo (Setur), além da Natura Musical e apoio do Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa). A realização foi do Instituto Afrolatinas.

O evento que já passou por Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, tem o objetivo de ampliar a visibilidade do 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana Caribenha no Brasil.

“Faz parte de todo processo de atração de grandes eventos para o nosso estado, para Salvador e, sobretudo, aqui para Centro Histórico, esse espaço com todo significado político e cultural de resistência. É uma alegria muito grande está recepcionando o Festival Latinidades, que celebra toda a potência que é a contribuição das mulheres negras na América Latina e no Caribe. Então, a gente fez uma junção de várias secretarias para poder fechar com chave de ouro o nosso Julho das Mulheres Negras”, declarou a titular da Sepromi, Ângela Guimarães.

No Concerto Internacional se apresentaram a Banda Panteras Negras, Slam das Minas Bahia, Vox Sambou (Haiti), Enio IXI, La Dame Blanche (Cuba) Rocky Dawuni (Ghana), Shirley Campbell (Costa Rica), William Cepeda (Puerto Rico) e Masauko Chipmbere (EEUU/Malawi).

“Nós estamos muito felizes de estarmos aqui representando todas as mulheres negras que fazem música instrumental em Salvador e na Bahia. A gente vem cada vez mais buscando o nosso espaço neste segmento instrumental, demarcando esse espaço para as mulheres negras”, sintetizou Aline Santana, baterista da banda Panteras Negras, um movimento de música instrumental encabeçado por mulheres negras e LGBTQIAP+.

Empreendedorismo

A Feira Bahia Afro promoveu o empreendedorismo negro dentro da programação do festival. Bijuterias, bolsas, turbantes, óculos, artesanatos diversos e um espaço de autocuidado, com massagem, manicure e outros serviços foram oferecidos.

“Eu trouxe peças contemporâneas inspiradas na África, na questão racial e na autoafirmação de mulheres e homens pretos que no dia a dia não encontram roupas que traduzam a sua identidade. O festival é incrível, tem gente incrível, pessoas de todo lugar, pessoas de Salvador inteiro, passeando, vendo nossas coisas e é uma oportunidade de mostrar o que a gente tem”, pontuou a estilista Gabriele Olavo, uma das expositoras.

Seminário

Simultaneamente, o Seminário Coletivo das Juristas Negras ocorreu durante todo o dia no Museu Eugênio Teixeira Leal, também no Pelourinho. Entre as discussões, temas como racismo na infância, maternidade negra, mulheres e cárcere, arte e justiça e ancestralidade.

“A nossa ideia principal, nosso foco, é falar da diversidade de mulheres negras porque a gente entende que é importante trazer o Direito de uma forma descomplicada para populações tão agredidas pela sociedade”, afirmou Monique Damas, diretora-executiva das Juristas Negras.

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