Comitê estima que 10 jornalistas já tenham morrido em conflito entre Israel e Hamas. Há denúncias de truculência contra imprensa em Israel
A Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) pediu nesta sexta-feira (13) que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) faça o máximo para proteger os jornalistas na Faixa de Gaza. A agência da ONU (Organização das Nações Unidas) é responsável pela proteção e segurança da imprensa.
A FIJ ainda defendeu que as partes em conflito respeitem o direito internacional humanitário e a Carta das Nações Unidas. Segundo dados do Sindicato dos Jornalistas da Palestina, ao menos seis jornalistas palestinos já foram mortos pelos ataques israelenses em Gaza.
O Comitê Internacional de Proteção dos Jornalistas estima que 10 jornalistas foram mortos e dois estavam desaparecidos. Nesta sexta-feira, o cinegrafista da Reuters Issam Abdallah foi morto no sul do Líbano e outras equipes ficaram feridas.
Um dia antes, na quinta-feira (12), um grupo de jornalistas da BBC que cobria a guerra de Israel com o Hamas foi detido sob a mira de uma arma e agredido pela polícia israelense em Tel Aviv. O caso foi denunciado pela própria rede e aconteceu quando uma equipe de três jornalistas se dirigia para o hotel em um veículo “claramente identificado como mídia”.
A BBC afirmou que a equipe foi “arrastada do veículo, revistada e empurrada contra uma parede” durante a parada. Um dos jornalistas disse que, ao tentar filmar o incidente, um policial jogou seu telefone no chão.
“Os jornalistas devem poder reportar livremente sobre o conflito entre Israel e Gaza”, disse um porta-voz da BBC num comunicado fornecido à CNN.
Para o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, a morte do cinegrafista da Reuters demonstra o enorme risco de o conflito entre Israel e o grupo militante palestino Hamas se alastrar para o Líbano.
A presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas, Samira de Castro, está acompanhando a situação. Ela afirma que a situação dos jornalistas na Palestina é bastante delicada.
“É preciso salientar que o jornalismo não é crime. E os jornalistas infelizmente estão bastante desprotegidos com a ofensiva de Israel, que não tem poupado a população civil e muito menos os mensageiros que são os trabalhadores e as trabalhadoras que fazem chegar à população do seu entorno a cobertura desse conflito.”
De acordo com a FIJ, hoje, nenhum jornalista estrangeiro consegue acessar a Faixa de Gaza para informar a sociedade.
A FIJ teme que aumente o número de mortes de profissionais da imprensa no conflito com a invasão de Israel a Gaza. A entidade teme as consequências para os civis e jornalistas.
Com informações de Agência Brasil e CNN.
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