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Exposição que aborda resistência afro-brasileira chega ao Muncab na quinta (28)

A mostra, assinada pela artista visual baiana Nádia Taquary, celebra a luta antirracista e a valorização da cultura afrodiaspórica

Foto: Beatriz Franco / Divulgação

A partir desta quinta-feira (28), a partir das 12h, dentro da programação do Novembro Salvador Capital Afro, promovido pela Prefeitura, o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), no Centro de Salvador, abrirá as portas para a exposição “Oná Ìrín: Caminho de Ferro”. A mostra, assinada pela artista visual baiana Nádia Taquary, celebra a luta antirracista e a valorização da cultura afrodiaspórica, destacando a força e a beleza da joalheria afrobrasileira e as questões de ancestralidade.

A exposição ficará em cartaz até o dia 23 de março de 2025, convidando o público a explorar a relação entre arte, espiritualidade e memória.

Nádia Taquary é reconhecida pela produção de obras que exaltam a ancestralidade afro-brasileira e a cultura de resistência do povo negro. Com uma técnica que mistura escultura e simbolismo, a artista utiliza materiais como madeira, cordas e metais, remetendo a ornamentos tradicionais do candomblé.

As criações incluem trançados, colares e outras formas que evocam elementos de poder e proteção, inspirados nas religiões de matriz africana. Cada peça carrega uma narrativa própria, reafirmando a arte como um espaço de memória e identidade afro-brasileira.

“Ao menos dois aspectos são importantes para mim. Primeiro, poder ver a exposição acontecer em Salvador, cidade que me formou e me permitiu viver e acessar entendimentos importantes sobre nossa história, apesar dos muitos apagamentos que aconteceram. A exposição propõe um diálogo com a memória ancestral da cultura negra baiana, na qual me incluo, memória que foi violentada na tentativa de ser silenciada pelas práticas coloniais”, disse a artista.

“Muito do que parece deslocado do passado em minha obra, na verdade, se encontra enquanto uma viva experiência no tempo presente. Na memória baiana encontramos áfricas que, possivelmente, não existem mais. Segundo aspecto importante: é uma grande honra ver a exposição ser exibida no Muncab, museu nacional dedicado à temática da cultura afro-brasileira e que vem reocupando espaço fundamental para que o Brasil possa de fato reconhecer sua história em toda sua amplitude e diversidade”, acrescentou Nádia.

Resistência – A exposição “Oná Ìrín: Caminho de Ferro”, cuja curadoria é assinada por Marcelo Campos, Amanda Bonan e Ayrson Heráclito, explora a transformação do ferro em símbolo de resistência e empoderamento feminino. O termo “Oná Ìrín”, que significa “caminho de ferro” em iorubá, faz referência às rotas de liberdade e resistência que persistiram ao longo da história. A mostra contará com esculturas, instalações e videoinstalações que celebram o poder criador do feminino, integrando arte e espiritualidade em um convite à reflexão.

A mostra ficará aberta ao público no Muncab, localizado na Rua das Vassouras, 25, no Centro Histórico da capital baiana, com visitas disponíveis de terça a domingo, das 10h às 17h, sendo o acesso permitido até às 16h30. Os ingressos custam R$20 (inteira) e R$10 (meia), com opções de pagamento via cartões de débito e crédito, Pix e boleto bancário.

Nas quartas-feiras e domingos, a entrada será gratuita. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (71) 3017-6722 ou no site do Muncab (www.museuafrobrasileiro.com.br). A classificação indicativa é livre.

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