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Explosões em Brasília: PF fará reconstituição de cenário como na investigação do 8 de janeiro

Inquérito busca saber se a ação foi individual ou em grupo

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Peritos criminais da Polícia Federal (PF) vão investigar as explosões ocorridas na Praça dos Três Poderes na noite desta quarta-feira (13) com estratégia semelhante à reconstrução de cenário na identificação dos crimes de 8 de janeiro do ano passado.

Um homem morreu após uma explosão em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Momentos antes, outras explosões aconteceram em um carro que estava no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados. O intervalo entre as explosões nos dois locais foi de 20 segundos. O corpo foi identificado como Francisco Wanderley Luiz, candidato a vereador pelo PL nas eleições municipais de 2020 em Rio do Sul, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina

Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiu França, foi autor e única vítima das explosões | Foto: Reprodução/Facebook

Entre os primeiros procedimentos que os peritos da PF devem fazer no local estão a identificação de todos os vestígios, além de uma identificação das imagens da área com ferramentas tecnológicas 3D a fim de compreender, em detalhes, a dinâmica do ataque.

Os peritos criminais da Polícia Federal atuarão nas investigações das explosões na Praça dos Três Poderes e no Anexo 4 da Câmara dos Deputados. Profissionais do Instituto Nacional de Criminalística (INC), que são especialistas em perícias de locais de crime e bombas e explosivos, foram acionados logo depois da ocorrência. A PF abriu inquérito para investigar o caso. 

Os vestígios coletados serão posteriormente analisados para identificar e confirmar o tipo de explosivo utilizado, a possível origem e outras evidências que possam indicar se a ação foi planejada e se teve participação individual ou em grupo.

Em uma postagem nas redes sociais, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, disse ter certeza que a Polícia Federal irá esclarecer o caso.

“Já sabemos que foi muito grave o que aconteceu. Já sabemos que o carro com os explosivos pertence a um candidato a vereador do PL de SC. Provavelmente a perícia vai confirmar que se trata da mesma pessoa que tentou entrar no STF depois morreu detonando explosivos na área externa no tribunal”, avalia Pimenta.

“Sabemos que ele esteve na Câmara, ainda não sabemos que gabinetes visitou. Quando e como veio de SC? Sozinho? Acompanhado? Alguém pagou? Onde estava hospedado? Os explosivos foram adquiridos onde? Com quem falou no telefone hoje? Essas e outras respostas a PF vai com certeza rapidinho nos responder. Golpistas não passarão.”

Autoria

As explosões ocorreram por volta das 19h30. Primeiro, foram detonados explosivos em um carro estacionado no anexo 4 da Câmara dos Deputados, próximo ao STF. Em seguida, houve e explosão de artefatos no corpo do autor do ataque, em frente à sede do Supremo.

De acordo com o Boletim de Ocorrência da Polícia Civil, a vítima da explosão foi identificada como sendo Francisco Wanderley Luiz, 59 anos, o proprietário do veículo que também explodiu no estacionamento entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados. Conhecido como Tiu França, ex-candidato a vereador pelo PL em Rio do Sul, Santa Catarina em 2020. Com apenas 98 votos, não chegou a se eleger.

No porta-malas do veículo do homem foram encontrados materiais parecidos com explosivos e tijolos, além de outros objetos. Também foram registradas imagens com fogo e fumaça no veículo. Parte das explosões no carro se parecia com fogos de artifício.

Na internet, circulam prints de textos e fotos divulgadas por Francisco Wanderley em sua página no Facebook com referências ao ataque como uma foto sua em frente ao que seria o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) vazio, dizendo que “Deixaram a raposa entrar no galinheiro (chiqueiro) […] (A soberba precede a queda)”, escreveu em um envio junto a uma foto sua dentro do que seria o plenário do Supremo Tribunal Federal. “Vamos jogar??? Polícia Federal, vocês têm 72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas de merda”, publicou mencionando os nomes de Geraldo Alckmin, José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e William Bonner.

Imagens: Reprodução/Facebook
Repercussão

Presente na Câmara no momento das explosões, a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) concedia entrevista sobre a a proposição da extinção da escala 6×1 quando os primeiros estrondos foram ouvidos. Na rede social X, antigo Twitter, Erika publicou um vídeo minutos depois do ocorrido.

“Não há muito o que falar nesse momento, a não ser exigir que a investigação seja rígida, célere e profunda sobre esse criminoso e qualquer pessoa que eventualmente tenha o auxiliado a colocar vidas em risco. […] Este possível resultado do extremismo deve servir de alerta a todas as pessoas sobre seu perigo”, escreveu a deputada na publicação.

A senadora Soraya Thronicke (PODEMOS-MS) também se manifestou na plataforma. “Nosso país vive uma situação de insegurança por conta do extremismo político-ideológico que deve ser severamente coibido. Graças a Deus estamos todos bem, mas o sinal de alerta deve permanecer ligado!”, escreveu. Ela concluiu dizendo: “não acredito em ato de “lobo solitário”, mas vamos aguardar as investigações”.

Com informações de Agência Brasil e GloboNews

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