...

Portal UMBU

Eventos e festividades fortalecem economia ao criar oportunidades para trabalhadores ambulantes em Salvador

População negra utiliza festas como o Afropunk, realizado no último fim de semana, como forma de ganhar uma ‘grana extra’.

O último fim de semana de Salvador foi marcado pela realização do festival Afropunk, considerado o maior evento de cultura negra do mundo, que movimentou milhões de pessoas em coro às vozes da comunidade de forma artística e cultural. Durante os dois dias de festa, 50 mil pessoas estiveram presentes e puderam assistir de pertinho alguns artistas como Alcione, Iza, Djonga, Vandal, Baianasystem, Olodum, entre outros.

Além de prestigiar diversas formas de expressão – seja na roupa, no cabelo ou na personalidade – o Afropunk foi um misto de sensações para a comunidade negra, que tanto é violentada nos dias comuns, mas encontrou nesse espaço um momento para poder confraternizar e celebrar a força e resistência do povo negro com felicidade.

Para além de todos os aspectos de diversidade que o evento trouxe, as múltiplas formas de fazer uma “grana extra” também foi pensado por aqueles que queriam se dividir entre trabalho e diversão. Para a trancista e estudante de serviço social, Maria Vitória, estar no Afropunk é uma forma de reafirmar a sua identidade com o projeto do tabuleiro Sibi Dudu.

“Hoje eu vim trabalhar com Sibi Dudu, que é um tabuleiro de Acarajé, e hoje estamos fazendo um processo de aquilombamento também. A gente se expandiu e está fazendo samba, além de vários projetos para o povo preto conseguir ter um espaço de lazer e afeto, além de pensar também no empoderamento e cultura da população negra. Além de vender o acarajé, queremos também expandir o nosso projeto, que é algo que eu acredito muito”, afirma.

A trancista ainda diz que a decisão de trabalhar no evento foi tomada pensando em projetos futuros, afinal, falta pouco para chegar a festa de fim de ano. “Então, eu tô trabalhando nesse festival, que é um momento importante para a comunidade preta, e decidi estar ganhando meu dinheiro para investir, dar uma guardada, porque final de ano está chegando e, como eu trabalho, quero curtir também. E como eu não sou boba nem nada, dá para ganhar um dinheirinho. O projeto Sibi Dudu é muito sério e eu estou aqui para além de ganhar um extra, propagar o nome do tabuleiro que eu tenho o prazer de levar para onde eu for”.

Bárbara Barbosa é uma jovem ambulante que também esteve presente no festival Afropunk comercializando guloseimas. Para a vendedora, essa foi uma grande oportunidade de fazer dinheiro, já que o mês de novembro não possui tantas festividades. “Está sendo muito bom poder estar aqui, já que o mês de novembro não tem muita festa para nós, ambulantes, né? Eu sempre trabalho no Wet e aqui no Parque de Exposições nos finais de semana que tem algum evento, mas meu dia a dia é basicamente esse mesmo: eu estou sempre vendendo balas, pirulitos, chocolate, esse é meu ganha pão”, afirma Bárbara.

A ambulante foi questionada a respeito da sua perspectiva de vendas em relação às festas do final de ano, que começam com Natal e vai até o Carnaval, para ela é essa é a oportunidade de aumentar a renda: “Esse período de festas é bem cansativo, mas é o momento que eu consigo juntar uma quantia maior de dinheiro para dar para sobreviver depois dessas festas, e quem sabe conquistar meu sonho maior de poder comprar um carro para me locomover melhor nos meus locais de trabalho.”

Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários

POSTS RELACIONADOS

plugins premium WordPress
Ir para o conteúdo