
O Departamento de Segurança Interna do governo de Donald Trump está analisando uma proposta de produção para um reality show em que imigrantes competiriam por um prêmio que seria a cidadania norte-americana. A informação foi divulgada por jornais como The Wall Street Journal e Daily Mail.
Segundo Tricia McLaughlin, secretária adjunta de relações públicas do departamento, a proposta do reality foi elaborada pelo roteirista e produtor canadense Rob Worsoff. Kristi Noem, chefe da pasta, ainda não teria aprovado ou rejeitado a ideia, cuja a análise está em estágios iniciais.
Em resposta ao veículo “The Daily Beast”, que publicou matéria afirmando que Noem já estaria trabalhando ao lado do produtor para lançar o programa no qual imigrantes seriam submetidos a desafios “pela honra de acelerar seu caminho para a cidadania americana”, McLaughlin desmentiu conversas avançadas.
This is completely false. @DailyMail’s “reporting” is an affront to journalism. Secretary Noem has not “backed” or even aware of the pitch of any scripted or reality show. @DHSgov receives hundreds of television show pitches a year, ranging from documentaries surrounding ICE… https://t.co/srSBHYl3Vp
— Tricia McLaughlin (@TriciaOhio) May 16, 2025
“Isso é completamente falso. […] O Departamento de Segurança Interna recebe centenas de propostas de programas de televisão por ano, desde documentários sobre operações de fronteira do ICE [Imigração e Alfândega] e da CBP [Alfândega e Proteção de Fronteiras] até investigações de colarinho branco do HSI [Investigações de Segurança Interna]. […] Esta proposta não recebeu aprovação ou rejeição da equipe”, escreveu na rede social X, antigo Twitter.
O jornal britânico Daily Mail foi o primeiro a noticiar o caso e disse ter tido acesso ao documento de 35 páginas com a ideia para o reality show. Conforme a publicação, o programa teria episódios com diferentes etapas:
- desafio relacionado à herança cultural;
- desafio de eliminação;
- reunião pública;
- votação final.
Doze imigrantes começariam a competição chegando de barco em Ellis Island, uma ilha na foz do Rio Hudson, em Nova York, e viajariam pelos Estados Unidos em um trem chamado “The American”, que também seria o nome do programa para aprender sobre a história do país.
Durante o percurso, os participantes enfrentariam desafios típicos americanos, como garimpar ouro em São Francisco, fazer o rolamento de troncos em Wisconsin (um tipo de esporte comum naquela região) e montar o chassi de um Ford Modelo T em Detroit.
No último episódio, o vencedor seria oficialmente naturalizado cidadão americano em uma cerimônia no Capitólio em Washington. O programa também sugeria atores como Sofia Vergara, Ryan Reynolds ou Mila Kunis (respectivamente, uma colombiana, um canadense e uma ucraniana naturalizados nos EUA) como possíveis apresentadores.
Ao “Wall Street Journal”, o produtor disse que o novo projeto criativo tem o objetivo de trazer esperança e fé e negou que a derrota no reality implique a deportação dos participantes.
“Isso não é ‘Jogos Vorazes’ para imigrantes”, disse Worsoff ao jornal, referindo-se ao romance distópico de ficção de Suzanne Collins, no qual os participantes lutam até a morte para sobreviver. “Não é como se disséssemos: ‘Ei, se você perder, vamos te mandar embora de barco para fora do país'”.
Essa não é a primeira vez que a proposta do reality foi oferecida ao governo americano.
O produtor disse ao “Wall Street Journal” que ele manteve contato com as gestões de Obama e de Biden para executar o mesmo projeto, mas as conversas não foram para frente.
Com informações de CNN e G1