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Bateu saudade das Olimpíadas? Relembre momentos em que mulheres negras fizeram história e trouxeram conquistas significativas para o Brasil

As Olimpíadas de 2024 em Paris foram um marco histórico para o esporte brasileiro, com a ascensão das mulheres negras que se destacaram em diversas modalidades. Essas atletas são fontes de inspiração e orgulho, não só pelo talento, mas também pelas histórias de superação que carregam. 

Foto: Divulgação.

Historicamente, o Brasil estreou nos Jogos Olímpicos de 1920 apenas com atletas homens. A primeira atleta mulher brasileira a competir nas Olimpíadas foi a nadadora Maria Lenk, em 1932.Levou 64 anos desde a primeira participação de uma brasileira em Olimpíadas para que o esporte feminino nacional subisse ao pódio. As primeiras medalhas das mulheres do Brasil nos Jogos Olímpicos vieram apenas em 1996, em Atlanta. Jackie Pires e Sandra Pires ganharam o ouro no vôlei de praia em uma final brasileira contra Adriana Samuel e Mônica Rodrigues, que ficaram com a prata. Além disso, a seleção feminina de vôlei ganhou o bronze.

As mulheres do Brasil já tinham superado os homens em medalhas de ouro nas Olimpíadas de Londres-2012 e do Rio-2016. O melhor desempenho feminino em Olimpíadas foi nos Jogos de Tóquio-2020, realizados em 2021 em função da pandemia, com nove medalhas, sendo três de ouro.

Neste ano, Beatriz Souza abriu as comemorações dando um presente único para cada braisleiro: a tão esperada primeira medalha de ouro. A judoca brasileira conquistou o coração dos brasileiros com o seu carisma inigualável. Nascida em Peruíbe, São Paulo, Beatriz demonstrou desde cedo uma paixão pelo judô, esporte que a acompanha desde a infância. Sua trajetória no esporte é marcada por dedicação, disciplina e muito treino. Sua história de vida inspira jovens atletas a perseguirem seus sonhos e a acreditarem em seu potencial. A judoca é um exemplo de que com muito trabalho e dedicação é possível alcançar grandes objetivos.

A ginasta Rebeca Andrade  começou sua carreira aos quatro anos, treinando em projetos sociais. Criada por sua mãe, Rosa Santos, e seus sete irmãos, Rebeca encontrou no esporte uma forma de superar as adversidades financeiras e sociais. Desde cedo, Rebeca demonstrou um talento extraordinário para a ginástica. Aos nove anos, ela se mudou para o Rio de Janeiro para treinar no Flamengo, onde teve acesso a melhores condições de treinamento. Mesmo assim, sua trajetória foi marcada por desafios. 

Entre 2015 e 2019, Rebeca passou por três cirurgias no joelho, o que a afastou das competições por longos períodos. Essas lesões quase puseram fim à sua carreira, mas sua determinação e resiliência a ajudaram a superar esses obstáculos. Nas Olimpíadas de 2024 em Paris, Rebeca reafirmou sua posição de destaque, ganhando medalhas de ouro no solo e prata no salto. Sua presença constante no pódio demonstra não apenas seu talento, mas também sua dedicação e amor pelo esporte.

Além de Rebeca, Rayssa Leal, conhecida como “Fadinha do Skate”, nasceu em Imperatriz, Maranhão. Leal começou a andar de skate aos seis anos e rapidamente ganhou notoriedade com seus vídeos nas redes sociais, nos quais realizava manobras vestidas de fada. Em 2019, com apenas 11 anos, ela se tornou a atleta mais jovem a ganhar uma etapa da Street League Skateboarding (SLS).

Foto: Divulgação.

Nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021, Rayssa fez história ao conquistar a medalha de prata no skate street, tornando-se a atleta brasileira mais jovem a ganhar uma medalha olímpica. Em Paris, 2024, Rayssa continuou sua trajetória de sucesso, confirmando seu favoritismo e conquistando a medalha de ouro no skate street. Seu desempenho inspirador motiva muitos jovens brasileiros a praticar o esporte.

Outra estrela das Olimpíadas é Beatriz Ferreira, mais conhecida como Bia Ferreira, nasceu em 9 de dezembro de 1992, em Salvador, Bahia. Bia começou a treinar boxe com seu pai, um ex-pugilista, e rapidamente se destacou na modalidade. Em 2019, ela se tornou campeã mundial na categoria peso leve, solidificando sua posição como uma das melhores boxeadoras do mundo.

Nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021, Bia conquistou a medalha de prata, uma realização histórica para o boxe feminino brasileiro. Em Paris 2024, Bia voltou com força total, determinada a conquistar o ouro. Sua dedicação foi recompensada, e ela se sagrou campeã olímpica, inspirando muitas jovens a seguir seus passos no boxe.

Duda Santos, atleta de vôlei de praia, ganhou destaque nas Olimpíadas ao lado da sua ‘fiel escudeira’ Ana Patrícia. Em 2021, elas conquistaram a medalha de ouro no Campeonato Mundial de Vôlei de Praia, destacando-se pela habilidade e sinergia em quadra. Já nas Olimpíadas de Paris 2024  conquistou a medalha de prata, reafirmando sua posição entre as melhores duplas do mundo.

Foto: Divulgação.

O impacto dessas conquistas vai além das medalhas. Elas quebram barreiras e desafiam estereótipos, mostrando a importância do esporte como um meio de inclusão social e desenvolvimento pessoal. Suas histórias de superação motivam jovens negras em todo o Brasil a acreditar em seus sonhos e a buscar oportunidades no esporte. A ascensão dessas atletas também destaca a importância do investimento em programas esportivos e de treinamento que promovam a diversidade e a inclusão. O sucesso delas nas Olimpíadas de 2024 reforça a necessidade de políticas públicas que apoiem atletas de todas as origens, garantindo que talentos emergentes tenham as mesmas oportunidades de alcançar o sucesso.

O esporte, portanto, vai além das medalhas e dos recordes; ele transforma vidas, promove a igualdade e constrói um legado para futuras gerações. As conquistas das mulheres negras brasileiras em Paris 2024 são uma celebração dessa transformação, é um testemunho do poder da determinação e do talento.

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