A frase mais ouvida no Centro Histórico de Salvador, no momento, é que ele está bombando. Não há nenhuma mentira nisso. Os números que a Embratur (Empresa Brasileira de Turismo) divulgou recentemente, afirmam isso.
São mais de 5 milhões de visitantes na cidade em 2024, sendo uma boa parte de turistas internacionais cujo aumento da presença na Bahia foi da ordem de 52.8% e o Centro Histórico que é Patrimônio Cultural da Humanidade é a grande sensação.
A cidade de Salvador teve, por conta disso, um aumento de 54% na sua receita de turismo, comparado ao ano de 2023.
Não há dia ou hora que o Pelourinho não esteja lotado de turistas nacionais e estrangeiros. Os principais focos são a Praça das Artes, onde o Governo do Estado centralizou a homenagem aos 40 anos do Axé Music.
Do mesmo modo, ocorre no Santo Antônio Além do Carmo, com programação de eventos extensa e variada para todos os gostos.
Esse boom turístico é bom para a cultura, bom para a geração de emprego e renda e bom para a imagem do nosso Estado. Nesse sentido, Governo do Estado e Prefeitura disputam saudavelmente o protagonismo no espaço.
Por isso mesmo é importante lembrar que esse boom turístico não ocorreu num passe de mágica. Há muito trabalho por trás disso. O Governo do Estado, por exemplo, vem fazendo investimentos há anos na região, em particular no Santo Antônio Além do Carmo e Pelourinho, tanto na manutenção das fachadas quanto na infraestrutura.
A Conder (Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia) investiu mais de R$ 120 milhões num projeto intitulado “Pelas Ruas do Centro Antigo” que requalificou mais de 200 ruas em 11 bairros na região, possibilitando assim a chegada de equipamentos importantes como o Hotel Fasano, Palacete do Tira Chapéu e Fera Palace.
Por conta da excelente infraestrutura implantada, o Centro Histórico tem atraído também famosos como Regina Casé, Vick Muniz, Fernanda Paes Leme, seja para moradia ou empreendimentos, como pousadas e restaurantes.
Pelourinho, Pelô, Salvador, minha Bahia, Capital!
Mas não só isso, a programação cultural do Centro Histórico tem sido rica e de dar água na boca de turistas e nativos. O Projeto Axé Verão 40 realiza shows todos os dias na Praça das Artes (agora tratada como elemento central no Pelô), que vão do Cortejo Afro às segundas, Olodum nas terças e o restante da semana com grupos de samba, reggae, pagode e axé.
Além disso, temos exposições como a do Muncab (Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira), intitulada “Raízes: Começo, meio e começo”, que celebra a riqueza e a diversidade da cultura afro-brasileira, tratando de temas que vão do sagrado ao afrofuturismo. Tem tido também palestras, debates e seminários em torno da Memória negra, como a recente celebração dos 190 anos da Revolta dos Malês.
Outro dado interessante, nessa retomada do Centro Histórico é que a Cultura negra tem sido a grande protagonista desse processo, propiciando a nativos e turistas o contato com aquilo que existe de mais rico e criativo das nossas manifestações culturais.
Enfim, é o Centro Histórico de Salvador, recuperando a sua dimensão de Patrimônio Cultural da Humanidade de modo atual e contemporâneo, gerando emprego e renda para artistas, empresários, ambulantes e produtores de cultura.
Toca a zabumba que a terra é nossa!
OPINIÃO
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Tudo muito bem tudo muito bom but para os antigos moradores do Santo Antônio Além do Carmo dói! Aquele clima de uma cidade do interior, que lá tínhamos acabou. Tudo tem pelo menos dois lado. Pena não poder botar aqui uma foto com protestos destes antigos moradores…