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Documentário “Caminhada Tupinambá” celebra força, memória e luta do povo Tupinambá de Olivença

Foto: Divulgação

Com direção geral da Cacique Valdelice, co-direção e roteiro de Maurício Galvão (Rede Amo), Arivaldo Publio (Ser Tão Filmes) e Jade Lobo, que também assina a pesquisa, o documentário “Caminhada Tupinambá de Olivença: Memória e Resistência” estreia trazendo à tona a potência cultural e política do maior ato público indígena do estado da Bahia. A obra retrata a tradicional caminhada anual do povo Tupinambá como um gesto de luto coletivo, celebração ancestral e resistência viva.

A narrativa resgata a memória do massacre de 1559 — considerado um dos maiores das Américas — e aponta para a atual luta por reconhecimento territorial, ao mesmo tempo que destaca a chegada do Manto Tupinambá, símbolo espiritual e político de reconexão com os ancestrais. No centro dessa trajetória está a figura de Maria Valdelice Amaral, a Cacique Jamopoty, primeira mulher cacique do nordeste brasileiro, liderança de 13 aldeias e articuladora central do movimento.

Gravado na Aldeia Itapuã, no sul da Bahia e também no Rio de Janeiro com a chegada do Manto Tupinambá ao Brasil, o documentário propõe uma imersão no território, nas vozes e nos rituais do povo Tupinambá, ampliando a compreensão sobre o Brasil indígena e sua diversidade. Além de sua exibição em festivais e plataformas digitais, a obra será apresentada em sessões comunitárias e oficinas de formação em audiovisual com jovens indígenas, fortalecendo os laços entre memória e futuro.

Nesta sexta-feira (25), o documentário será exibido no Museu de Arte Contemporânea da Bahia – MAC_BAHIA, no Cine Paredão, que exibirá o filme a céu aberto a partir das 18h30. A entrada será gratuita. O evento integra o Projeto “Abril do Artesanato Indígena”, promovido pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte – SETRE, com o valioso apoio da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais – SEPROMI.

O projeto é também uma provocação às narrativas históricas dominantes, mostrando que a luta indígena vai além da sobrevivência: é sobre presença, pertencimento e construção de novos imaginários sociais.

“Não queremos só lembrar o passado. Queremos garantir que ele seja contado com verdade e respeito. Caminhar é afirmar que existimos”, diz a Cacique Valdelice, cuja história de liderança também é pano de fundo da produção.

A pesquisa é de Jade Alcântara Lôbo, pesquisadora doutoranda da UFSC com passagem por Harvard.

“Caminhada Tupinambá de Olivença: Memória e Resistência” é mais do que um filme — é um manifesto audiovisual. Uma convocação à escuta, à empatia e à valorização da riqueza ancestral dos povos originários do Brasil.

O projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar no 195, de 8 de julho de 2022.

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