...

Portal UMBU

Dedicação e comprometimento: publicitária Marluce Barbosa fala sobre construir legado na comunicação

Também radialista, com 38 anos de carreira, ela é responsável pela gestão executiva e comercial do grupo A Tarde

Foto: Arquivo pessoal

Há 38 anos atuando no mercado da comunicação, Marluce Barbosa, hoje responsável pela gestão executiva e comercial do grupo A Tarde, tem uma vasta bagagem. Publicitária e radialista, Marluce se define como uma profissional que preza pela ética e pelo comprometimento com o que faz. “Comprometida, principalmente, com as pessoas que estão ao seu redor”.

“Uma mulher que trabalha, mas que tem em mente a importância que é deixar um legado para as que estão chegando porque, com certeza, outras na minha frente já deixaram esse legado de força, determinação, ousadia, comprometimento, paciência e de amor por aquilo que desempenha”, conta. O legado que Marluce está construindo tem muitas raízes que se originam em diferentes frentes da comunicação.

“Eu comecei a trabalhar com 20 anos, hoje eu tenho 58. Desde o início da minha carreira, já passei por algumas agências, por produtoras de áudio, produtora de vídeo”, conta. Barbosa é radialista de formação, sendo responsável por conduzir o programa Sociedade Mulher, da Rádio Sociedade, entre 2000 e 2004.

Antes de trabalhar por 23 anos na Record, Marluce conta que atuou em diferentes áreas da comunicação, como gerência de cadernos, no antigo jornal Bahia Hoje, e na área comercial, onde teve mais vivências.

Com quem sabe mais, você vai aprender, com quem sabe menos, você vai ensinar e assim é o movimento da vida

Para fortalecer seu nome no mercado, a publicitária conta que “dedicação, responsabilidade e profissionalismo” foram as chaves, mas se dispor a aprender com as pessoas à sua volta, também foi fundamental. “Eu penso que essa questão do ensinar e do aprender é um processo de alfabetização. A gente vai morrer fazendo isso. As pessoas que têm em mente que sempre tem um a mais, sabendo mais que você ou sabendo menos. Com quem sabe mais, você vai aprender, com quem sabe menos, você vai ensinar e assim é o movimento da vida”, analisa.

Sobre os desafios, Barbosa conta que ser uma mulher negra e oriunda de uma família sem pessoas influentes foram fatores marcantes em sua trajetória. “Ao longo da minha trajetória profissional, eu sempre ocupei cargos que eram para serem ocupados por homens brancos”, pontua. Ela aponta para uma escala em que, logo depois dos homens brancos, vêm os homens negros, depois, as mulheres brancas e, por fim, mulheres negras em posições de liderança.

“Eu sempre tive isso como um troféu para mim: a capacidade que eu sempre tive e continuo tendo de estar sempre buscando um aprendizado, estar sempre buscando aprender cada vez mais, estudar cada vez mais, para que eu possa estar no lugar que eu desejo estar e não nos lugares que as pessoas acham que devemos estar. Principalmente nós, mulheres negras, e, principalmente, na área de comunicação que é uma área [composta] quase por, acredito, 80% ou mais de homens brancos.”

“Eu sempre tive isso muito forte nesse meu caminhar, eu não sou diferente de ninguém, nem de homem branco, nem de homem negro, nem de mulher branca. Eu sou igual. Nós somos iguais a todos e isso me fortalece, me faz caminhar cada vez com mais certeza do que eu quero e de quem sou eu.”

A respeito do atual estado da publicidade, Marluce diz que percebe uma evolução com a adoção das mídias digitais e plataformas, assim como a chegada de novas ferramentas de mídias que já existem. Ela diz que é um cenário competitivo em razão da evasão de potenciais clientes para agências da Bahia.

Nesse caminhar nosso, a gente já passou por tantas coisas que a gente se sente forte para ir sempre abrindo novas possibilidades, novos caminhos

“Muitos clientes já estão no eixo Rio-São Paulo e já são atendido por agências de Recife, de Fortaleza e essa dificuldade a gente tem. […] Mas a Bahia é raçuda, nós somos. Nesse caminhar nosso, a gente já passou por tantas coisas que a gente se sente forte para ir sempre abrindo novas possibilidades, novos caminhos, saltitando os atalhos da vida e vencendo.”

Pergunta sobre as expectativas para o futuro do mercado de comunicação, Marluce diz: “que sejamos mais tolerantes”. “Empresários da área, até mesmo os profissionais que detém determinados cargos nas empresas de comunicação, que seja agência, que seja veículo, que sejam fornecedores de produtos da comunicação. Que tenhamos mais compreensão e entendimento”.

Ela aponta para a necessidade de ter responsabilidade e reconhecimento, em especial, profissionais mulheres, que “precisam ser mais reconhecidas, precisam ser mais bem tratadas, precisam também ser capacitadas para que possamos alcançar o lugar que queremos”. “Tenhamos mais amor aquilo que a gente se dedica”, conclui.

Assinar
Notificar de
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments

POSTS RELACIONADOS

plugins premium WordPress
Pular para o conteúdo