
Quais narrativas são possíveis quando colocamos o poder da cultura no centro do debate público? Essa é a reflexão proposta pela artista e deputada federal Jandira Feghali em “Cultura é poder – Reflexões sobre o papel da cultura no processo emancipatório brasileiro”, seu livro de estreia pela editora Oficina Raquel. O lançamento, que já passou por Rio de Janeiro e Recife, acontece em Salvador nesta sexta-feira (6), na Livraria LDM do Shopping Paseo Itaigara às 17h. O livro retrata a concepção de cultura de Jandira, entrelaçada com sua trajetória política e vivências como gestora cultural e musicista.
A obra traz um olhar crítico sobre as influências da cultura nos processos históricos, econômicos e sociais do país. Em diálogo com autores como Ynaê Santos, Celso Furtado, Darcy Ribeiro, Nestor Canclini, Eric Hobsbawm e outros autores, a obra repassa episódios importantes da História brasileira. O livro propõe uma análise crítica da política cultural brasileira, colocando a cultura no centro da disputa política e social.
“A Cultura sempre foi um dos principais focos dos meus mandatos como parlamentar. Este livro é mais uma contribuição ao necessário debate sobre a valorização da Cultura como estratégia de desenvolvimento político, econômico e social do Brasil”, destaca a deputada.
O prefácio é da ministra da Cultura, Margareth Menezes. “Não se pode pensar a cultura de forma desvinculada da saúde, da educação, da economia, do meio ambiente, da segurança pública, do exercício da democracia e da própria construção do poder e da representação política. E foi pensando dessa forma que Jandira se tornou uma defensora incansável da cultura brasileira, articuladora tenaz e parceira de todas as horas. E o livro também conta esta história”, destaca a ministra.
Ao longo das mais de 200 páginas, Jandira defende uma perspectiva contra-hegemônica, trazendo como pano de fundo os processos de colonização e escravização que fizeram da cultura brasileira fruto da violência e da resistência ao longo da História. Sem fugir do debate, aborda temas como racismo estrutural, diversidade cultural, e traz uma análise crítica aprofundada sobre a guerra cultural contemporânea promovida pela extrema direita no Brasil.
“Sou uma mulher de esquerda, comunista, dedicada à vida política sem pertencer à intelectualidade institucional, acadêmica. Não busco construir uma tese, mas com todo compromisso e amor ao nosso país e à sua cultura, extrair de algumas obras o que considerei importante para a abordagem central deste livro, além de sistematizar e agregar minhas opiniões. O objetivo é que o leitor possa observar em que universo político-ideológico eu busco referências para formular políticas públicas, estruturar leis e construir uma visão crítica da práxis cultural brasileira”, afirma a autora, que foi relatora da Lei Aldir Blanc, considerada a maior política cultural da história do Brasil.
Após a capital baiana, Jandira Feghali segue com lançamentos em Icaraí, Niterói (9); Brasília (10) e na Bienal do Livro do Rio de Janeiro (13).
Sobre a autora
Jandira Feghali é médica cardiopediatra, baterista, mãe de Helena e Thomaz. Exerce seu oitavo mandato como deputada federal pelo Rio de Janeiro (PCdoB-RJ). Foi secretária de Cultura da cidade do Rio de Janeiro (2009–2010) e secretária de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia de Niterói (2006–2007). Atualmente, é mestranda em Direitos Humanos, Interculturalidade e Desenvolvimento pela Universidade Pablo de Olavide e pela Universidade Internacional da Andaluzia, na Espanha.
SERVIÇO
Lançamento: Cultura é Poder – Reflexões sobre o papel da Cultura no processo emancipatório brasileiro
Editora Raquel, 204 páginas
Preço: R$ 72
06/6 – SALVADOR
Livraria LDM
19h
Rua Rubens Guelli, 135 – Itaigara, Salvador