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Claudia Sheinbaum é eleita a primeira mulher presidente do México

Sheinbaum é física, ex-prefeita da Cidade do México e assume o país sucedendo seu aliado de longa data, López Obrador

O México elegeu, pela primeira vez, uma mulher para presidente do país. Claudia Sheinbaum, conhecida como “la Doctora”, venceu a corrida eleitoral neste domingo (2), com cerca de 60% do votos na maior eleição da história mexicana. Progressista, a nova presidente superou a candidata Xóchitl Gálvez, que ficou com aproximadamente 27% dos votos.

Aos 61 anos, Sheinbaum é uma física com doutorado em engenharia energética, ex-prefeita de uma das cidades mais populosas do mundo e fez parte do painel de cientistas climáticos das Nações Unidas que recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Além de ser a primeira mulher presidente do México, Claudia também é a primeira pessoa de herança judaica a se eleger para o cargo.

A eleita é da mesma legenda que o atual presidente, Andrés Manuel López Obrador, o partido Morena, e sua vitória como mulher judia já é considerada uma conquista histórica em um país majoritariamente católico e conhecido por sua cultura profundamente patriarcal.

Obrador é considerado de centro-esquerda, governa o México desde 2018 e teve a gestão elogiada por apresentar programas de bem-estar social que tiraram muitos mexicanos da pobreza, o que fortaleceu a base eleitoreira desde as pesquisas.

Em discurso na manhã desta segunda-feira (3), Claudia Sheinbaum declarou: “nossa obrigação é e sempre será cuidar de cada mexicano sem distinção […] Embora muitos mexicanos não concordem totalmente com nosso projeto, teremos que caminhar em paz e harmonia para continuar construindo um México justo e mais próspero”.

Repercussão no Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta segunda-feira (3), que o México está “garantido democraticamente” com a vitória de Claudia Sheinbaum para a presidência do país.

“Eu estou muito feliz com a vitória porque ela representa o meu grande companheiro López Obrador, que fez um governo extraordinário e, portanto, eu acho que o México estará garantido democraticamente ao longo do mandato dela. Estou feliz por ser uma mulher também, feliz porque duas mulheres disputaram e ganhou aquela que representava o lado ideológico mais próximo das pessoas progressistas no mundo”, disse Lula.

O presidente brasileiro afirmou ainda que pretende viajar ao México ainda este ano em agradecimento ao “carinho” de López Obrador e para tratar das possibilidades de aumento do fluxo comercial entre os dois países.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, as relações comerciais entre Brasil e México têm crescido nos últimos anos. De 2019 a 2023, as exportações brasileiras para o México cresceram 74% – mesmo com a pandemia no período -, passando de US$ 4,8 bilhões para US$ 8,5 bilhões.

Apesar do crescimento, as exportações do Brasil para o México representam apenas 2,5% do total, similar ao Chile, para onde o país envia 2,3% do total de produtos exportados. Por outro lado, as importações brasileiras de produtos mexicanos representam 2,3% do total. Em 2023, o Brasil importou do México US$ 5,5 bilhões, um crescimento de 4,9% em relação a 2022.

Com quase 130 milhões de habitantes, o México tem a segunda maior economia da América Latina, atrás apenas do Brasil. Em 2023, a economia do país cresceu 3,2% do PIB, segundo ano consecutivo de crescimento acima dos 3%.

“Nós somos as duas maiores economias do continente [América Latina], portanto, ainda temos pouco fluxo no comércio. Poderíamos ter muito mais e mais empresários investindo no Brasil e no México […] para que as duas economias cresçam”, disse Lula.

Sobre a nova presidente do México

Os avós maternos de Claudia Sheinbaum emigraram da Europa para escapar do Holocausto. A física e agora eleita presidente nasceu na Cidade do México em 1962. Enquanto estudava para sua graduação na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), ela se envolveu na política estudantil, protestando contra a privatização da educação pública.

Após se formar, ela estudou engenharia energética na Universidade da Califórnia, Berkeley, onde se tornou fluente em inglês e obteve um mestrado, antes de retornar à UNAM para estudos de doutorado.

Sheinbaum entrou na política em 2000, quando foi nomeada secretária de meio ambiente da Cidade do México por Obrador, então chefe do governo da cidade.

Após deixar o cargo em 2006, Sheinbaum se dedicou ao estudo da energia, juntando-se ao Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e tornando-se parte da equipe que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007.

Com informações de CNN e Agência Brasil

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