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Cine Literatus chega à 7ª edição com “Colette”, baseado na vida de escritora francesa que revolucionou a literatura e o comportamento do século XX

Encontro aconteceu às 19h desta quinta-feira (18) Saladearte Cine Daten Paseo Itaigara

Foto: Jadson Luigi.

O Cine Literatus chegou a sua 7ª edição com a exibição seguida de bate- papo de  “Colette”, filme de 2018. O encontro aconteceu às 19h desta quinta-feira (18), no Saladearte Cine Daten Paseo Itaigara. O longa protagonizado por Keira Knightley aborda a vida da escritora francesa Gabrielle Colette, uma mulher revolucionária que modificou comportamento e reposicionou o lugar da mulher na literatura do século XX.

No filme de 2018, o público é convidado a acompanhar a vida de Colette, uma escritora que é casada com Willy, um editor de livros. A autora sofre com um relacionamento abusivo e com as tentativas do marido de ganhar prestígio e dinheiro com as produções da própria esposa.

Para ampliar a experiência de assistir o filme, os frequentadores do Cine Literatus leram o livro “A Vagabunda”, escrito por Colette. Na edição de ontem (18), o público foi assistir ao filme vestindo uma camisa personalizada com o nome do livro e da escritora. 

Frequentadora assídua do Cine Literatus, a professora Ana Lúcia falou à reportagem do Portal Umbu sobre as expectativas para o filme. Estou muito curiosa porque, no livro, ele é bastante poético. Então, tem alguns momentos em que a literatura prevalece de uma maneira muito bonita. E eu quero ver como é que isso vai ser colocado na tela, no telão. Como é que é possível dizer tantas coisas bonitas lá no telão”, disse.

O que chamou atenção de Ana Lúcia foram as temáticas contemporâneas abordadas na obra, isso porque o filme é ambientado no início do século XX.

“Outra coisa que me chamou muito, muito a atenção no livro é a modernidade, o feminismo, em 1910. Como é que ela conseguiu escrever tudo isso em 1910, ser tão à frente do tempo? Eu sei que eu estou falando algo que é bem óbvio. Hoje em dia, a gente já considera normal. Mas ela foi maravilhosa. Eu fiquei apaixonada”. 

“Meu livro está todo riscadinho e o conceito de casamento que ela teve, como ela falou do casamento, como praticamente ser uma babá de adulto. Quando ela diz isso, para mim, acho que foi fantástico, porque nenhuma mulher quer ser babá de adulto”, comentou.

Após a sessão, o público participou de uma roda de conversa para debater as temáticas abordadas no filme. Na conversa, as pessoas discutiram diferenças entre o livro e o filme. Alguns dos presentes ainda leram os trechos do livro que mais foram marcantes em suas experiências de leitura. 

Heider de Assis, curador e mediador do Cine Literatus, explicou sobre o processo de escolha do filme e ressaltou as conquistas de Colette.

“O Cine Literatus tem como premissa exibir um filme baseado em um romance. E pensar esse cineclube a partir de Colette me possibilitou ampliar o repertório do bate-papo, haja vista que, o livro ‘A vagabunda’ inicia exatamente onde o filme termina. Trazer Colette para uma roda de conversa é sempre um posicionamento político. Os feitos dessa mulher transformaram toda uma geração, uma cultura, um sistema.”

“Gabrielle Colette nos ajuda a refletir sobre o mercado editorial a partir do marcador ‘gênero’. Qual é o lugar da mulher na indústria literária? ‘A vagabunda’ é o primeiro romance que a escritora assinou com o seu nome depois de criar uma coleção de best-sellers que carregava a assinatura do seu marido, Willy. Este livro emblemático e essa mulher, que foi pioneira em muitas frentes e mudou o percurso da história da literatura, das lutas sociais,  precisa ser lembrada cotidianamente”, explicou Heider.

O Cine Literatus é realizado com apoio da LDM, do Circuito Saladearte e da Umbu Comunicação & Cultura.

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