Durante bate-papo, a diretora-geral da Funceb tratou das questões culturais do estado
A convite do Portal Umbu, Piti Canella, diretora-geral da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), contou sobre as ações culturais desenvolvidas na Bahia e como o órgão tem tratado da diversidade
Falando a respeito de ações que tenham como um dos motes o apoio à produção contemporânea de artistas negros e negras, de mulheres, pessoas LGBTQIAPN+ e artistas indígenas, Piti diz que a Funceb vem priorizando diversidade e inclusão.
“A Funceb vem pautando em seus projetos e ações uma política que prioriza a diversidade e a inclusão. Viemos conquistando esse lugar construindo, por exemplo, editais com cotas, indutores e selecionando comissões de seleção diversas que, com propriedade sobre as artes e suas próprias vivências, saberão julgar os méritos dos projetos de maneira inclusiva e democrática como deve ser”, revela.
Além de diretora-geral da Funceb, Piti também é produtora cultural em arte e música há mais de 25 anos e formada em Comunicação Institucional. Já dirigiu e coordenou grandes eventos no Brasil, além de turnês internacionais para diversos artistas brasileiros e estrangeiros.
Ao ser perguntada sobre a celebração do Dia da Cultura Popular, que trouxe a apresentação do Cortejo Artístico Sob o Sol da Liberdade, no dia 22 de agosto, Piti explica que ações como essa, que trazem um viés cultural, educacional, artístico, social e técnica, são oportunidades de reviver tradições.
“Celebrar a Cultura popular numa terra tão diversa como a Bahia é preservar a memória da nossa história e apresentá-las às crianças e jovens que estudam em nossa Escola de Dança. É aproveitar o privilégio de fazer parte da educação dessas crianças e jovens, da confiança das famílias e continuar contando nossa história. O “Sob o Sol da Liberdade” é uma oportunidade de reavivarmos a tradição dos cortejos que aconteciam no Centro Histórico, manter viva a cultura no Pelourinho, um espaço que nos é tão caro e importante pra nossa Cultura Popular. Queremos estreitar ainda mais as relações com a comunidade escolar e os grupos culturais que lá existem. É nosso compromisso político com este movimento local”, disse.
Sobre os espaços dispostos para artistas e como o setor pode esperar um fortalecimento da cena na Bahia, ela afirma que a Funceb segue ‘firme’ no objetivo de conhecer e apoiar a cultura de todo o estado.
“Territorializar os recursos é trazer os 27 territórios para o protagonismo, é incentivar essas tradições culturais a se manterem vivas, é preservar a memória, incentivar os jovens a conhecerem e manterem vivo esse legado que recebemos dos nossos pais, avós, bisavós, tataravós… Na FUNCEB, como unidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado, seguiremos o alinhamento do governo, em fazer chegar o recurso nas demais cidades do estado. Temos como missão estar presente nos 417 municípios e em 6 meses dessa gestão conseguimos chegar em 88. Seguimos firmes no objetivo de conhecer e apoiar a cultura de toda a nossa Bahia”, afirma.
A Bahia é considerada um polo cultural potente em razão de sua diversidade e pluralidade, fatores que atraem marcas do setor de eventos e entretenimento. Segundo Piti, o retorno social e financeiro da área cultural se apresenta mais quando é tratado de forma estratégica.
“A Cultura pode e faz, quando lhe é permitido, muitas mudanças positivas e pode trazer muito retorno social e financeiro sempre quando é tratada de forma estratégica. Na Bahia, a Cultura agora virou eixo de desenvolvimento, o que é um ganho enorme. Tão grande que ainda não nos demos conta disso. Isso trará para a Cultura ações de diversas secretarias e instituições governamentais, o que nos permitirá provar com dados que Cultura é também transformação. Transforma indivíduos, transforma uma comunidade inteira e isso é uma avalanche que impacta em todas as dimensões, cidadã, política, e econômica”, finalizou