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Capítulo 3 – O Amor é Paralamas com São João e Massagem de Youtube

12 de Junho, dia dos namorados, Salvador só São João e chuva misturada com um sol maluco. Com resquício de uma febre de ontem, vim aqui revisar esse texto e fazê-lo ganhar o mundo. Um belo dia cinza, cheiro de asfalto molhado e um brilho no olho. Não namoro, mas eu amo! E ser alguém que consegue falar disso me deixa bem feliz.

Essa semana, repensei meu amor conceitual. Perguntei as top 3 músicas de amor, em língua portuguesa, para alguns amigos da sala de criação no trabalho. Lhé trouxe Drão, de Gilberto Gil como a música inquestionável, eu super concordo. Popó falou de Oceano, do Djavan. Acho que ele roubou, a gente já trabalha de frente pro mar e Djavan é gênio demais pra entrar numa lista minha. Jubinho me trouxe a música Quando você vem, de Flora, uma mais novinha que tem lá sua tração. Berna trouxe uma do Cascadura que me levou diretamente para o tempo de faculdade, Juntos Somos Nós. Eu no cravinho com 15 contos sendo feliz. 

Mas Velho Cri trouxe Rotina, de Roberto Carlos, mas, como sempre, o carioca que a gente gosta tinha uma surpresa: do nada largou “por que a gente não faz uma Cachaça Junina?” Virou uma agonia e seguimos. Os meninos não sabiam, mas era um laboratório para esse texto, só que o convite para o Arraiá fez chegarmos no contexto junino.

Eu já tinha um caminho para minha escrita, minha revisão do meu conceito de amor veio  do Paralamas do Sucesso. Amo Péricles com a Carta, uma das maiores letras em língua portuguesa dos últimos 100 anos, Pablo com Contato, Calcinha Preta com Duas Paixões, Dois Amores, esse hino da não-monogamia, só material fino, mas não tem como: Saber Amar é a música definitiva. 

Com minha retórica barulhenta estabeleci meu ponto. Tem uma frase nessa música que,  acompanhada por um piano lindíssimo, redefine para mim o amor romântico.  “SABER AMAR É SABER DEIXAR ALGUÉM TE AMAR”. Aff, arrepio de lembrar de quando percebi onde me pagava. Cada um ama do seu jeito, ponto. Mas o amor tem que ir pro outro com uma abertura para retorno.

Recentemente, estava vendo um filme horrível na Netflix – esse é meu habitat natural – e fazendo um carinho em pezinhos machucados que amo muito. Afinal, uma dorzinha simples combina com a massoterapeuta do Youtube, isso eu sou. 

O filme passava do meio e eu ouvi: – me dá seu pé também…

“Não!”, respondi seco. A réplica me pegou “aprenda a receber o amor de volta”. Herbert Viana do céu, é sobre AMAR E DEIXAR alguém te amar também, né? Catarse! Definitivamente, meu conceito de amar precisava expandir, eu que sempre fui muito CUIDE BEM DO SEU AMOR, SEJA QUEM FOR, mas abracei a ideia de SABER DEIXAR ALGUÉM ME AMAR.

Tô falando de frio na barriga, se apaixonar pelo sorriso, pelo cabelo, pelo jeito. É sobre comprar o lanche que a nega gosta. Mas também receber o que se tem de merecido. Entregar e receber no muito e no pouco.

Nesse dia dos namorados, pensei em versar sobre capitalismo, amores pós-pandêmicos e como a estafa amassa o trabalhador, impede de sentir. Mas eu fiquei tão bobo com essa coisa do amor que precisa ser dado que, já com espaço para voltar, sorri e lembrei que o clima é só São João e chuva.

Não teve jeito, depois de falar com os meninos chegamos nas canções juninas e de repente. Concordamos que cada um pode estabelecer seu amor conceitual, com livros, reflexões, discos e lembranças, mas o amor prático é um forrozinho. Se constrói de dois. Pra lá e pra cá, com corpo junto. Os Paralamas conceituam pra mim, mas na real, no cotidiano o amor é Espumas ao Vento, na voz de qualquer intérprete, um patrimônio brasileiro do amor real. 

Hoje é sem analogias complexas, simplesmente o amor. Amor como eu gosto de ouvir Flavio José dizer: Não é coisa de momento ou raiva passageira, não é mania que dá e passa feito brincadeira. O amor deixa marcas que não dá pra apagar.

Quero felicitar e parabenizar todos vocês que estão construindo histórias lindas. Amor é revolução, transformação. Amor é verbo de ação, tá, tem que ir lá e amar. Deixa de ser encostado. No dia que comecei esse texto, rascunhei sobre melancolia, manejo e jeitinho, não estou afim.

Sei que há demandas comerciais nessa data, mas não seja ranzinza. Ver um dia todo mundo numa vibe que eu fico quase o ano todo me faz me sentir incluído. Haha!

Feliz dia dos namorados pra vocês, meus amores! Não sei como é a vibe de amar de todo mundo, mas estou de cá feliz pelos que eu amo e estão amando alguém, sendo amados. E que os solteiros tenham seus dias felizes também.

Eu não danço, mas meu papo no trabalho me fez entender que tenho um amor vibe forró. Amor quem faz um cafuné quando o dengo vai dormir, quem faz café quando for levantar. E da manga rosa quer o gosto e o sumo. Amor que ama o girassol e seus cabelos, o batom de qualquer cor e o girassol. Falei com Lhé mais cedo: achei a resposta definitiva para mim. Carnaval é a melhor festa, nas São João é a melhor época. Época de amar mais forte.

No fundo, nem tem competição de música ou de jeitos. É tudo sobre o amor, em outras perspectivas. Amando, me sinto bebendo licor. Forte, doce e entorpecente. Eu amo, e amo inteiro.

Vou deixar aqui embaixo as músicas dos meninos e um agradecimento aos amores que vivi, os que virão, os que não retornaram e os que mudaram. O amor deve ser celebrado!

Popó – pivetedomato  oceano, cheiro de amor , pela luz dos olhos teus
Lhé – Magnolia, Drão, deusa do amor

Cri – Preciso dizer que te amo, rotina, 4:20

Jubinho – Quando você vem, Mania de você 

Berna – Meu Mundo e Nada Mais, Cascadura – Juntos Somos Nós, Malandrinha

OPINIÃO

O texto que você terminou de ler apresenta ideias e opiniões da pessoa autora da coluna, que as expressa a partir de sua visão de mundo e da interpretação de fatos e dados. Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Umbu.

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