No dia 14 de junho (sábado), experiência imersiva propõe uma reflexão sobre a importância da preservação de um território ancestral

Da orla às dunas, chegando em áreas de Mata Atlântica, uma natureza com características próprias tenta sobreviver há décadas em Salvador. Esse é o Abaeté ou Abaité, com “i” mesmo, como no tupi. Com o nobre objetivo de promover aprendizado e reflexão sobre a importância de preservar este território ancestral, a Caminhada Patrimonial em Defesa do Abaité volta para uma edição especial, no dia 14 de junho, sábado, junto à comunidade.
Em parceria com o Espaço Cultural Rumo do Vento , localizado em Itapuã, o projeto terá o local tradicional como ponto de encontro para a caminhada. Desta vez, a experiência imersiva de ver e sentir o “Abaité” terminará com muita irreverência, em uma roda de samba com Pedrão Abib e os músicos do Samba da Resistência, além de uma deliciosa feijoada disponível para o público.
Com concentração às 8h, a caminhada partirá às 8h30 horas da Praça do Coreto, após um momento de reflexão, para que todos se coloquem nesse aprendizado de corpo inteiro. Ao caminhar, o público poderá conhecer de perto situações emergenciais e histórias ancestrais do “Abaité”, último remanescente de restinga da cidade de Salvador.
Local com forte ancestralidade indígena e presença negra, o “Abaité” vive conflitos de especulação imobiliária e construções indevidas que serão tema de debate ao longo do passeio. Durante a caminhada, as pessoas são convidadas a observar o comportamento de árvores, dunas e águas, da fauna e flora da restinga urbana, em um movimento de reflexão crítica.
“As caminhadas patrimoniais são um importante instrumento educativo porque ativam o corpo em movimento, a atenção diferenciada e a capacidade de envolvimento com o território. É tão bom conhecer o nosso chão!”, ressalta Clara Domingos, pesquisadora idealizadora do projeto Em Defesa do “Abaité”.
O momento será embalado por compositores de mestras e mestres itapuãnzeiros – grandes guardiões da cultura popular – convidados a puxar canções e recitar poesias ao longo do percurso. Se juntam ainda à realização do evento os parceiros: Fórum Permanente de Itapuã, Instituto de Permacultura da Bahia e Fundo Casa Socioambiental.
“A ideia é trazer músicas emblemáticas ao longo do percurso, entrecruzando denúncias, descobertas e poesia, porque a gente luta e faz resistência com cultura e arte sempre”, destaca Clara.
O projeto “Rumo do Vento de Itapuã – Território de Resistência e Preservação” foi contemplado pelo edital Territórios Criativos – Ano II com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador e da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), Ministério da Cultura, Governo Federal.
SERVIÇO
Caminhada Patrimonial em Defesa do Abaité
Dia 14/06 (sábado)
Horário: 8 horas
Local de concentração: Espaço Cultural Rumo do Vento – Praça do Coreto – Rua Alto da Bela Vista, 01, Itapuã
Gratuito