Músicos do Ilê Aiyê publicaram relato no Instagram, nesta quinta-feira (30)
Artistas da Band’Aiyê, do Ilê Aiyê, bloco afro mais antigo do Brasil, relataram, nesta quinta-feira (30), que foram vítimas de racismo antes de se apresentarem em um restaurante de luxo no bairro do Comércio, em Salvador. O grupo publicou a denúncia no Instagram.
“Fomos feridos na alma, e esperamos que atos como esse deixem de acontecer em nosso país”, escreveu o Ilê Aiyê na rede social.
Conforme publicado, a Band’Aiyê teria sido convidada para uma apresentação no restaurante. Ao chegar no local, o grupo pediu informações à produção local de onde seria feita a troca de roupa, já que é utilizado um figurino característico do bloco.
“Foi nos indicado uma sala no espaço [restaurante], para que pudéssemos nos arrumar para o evento. Após um tempo já nessa sala, eis que surge uma senhora, desesperada, pedindo que saíssemos daquele local, que não era para estarmos ali, pois naquele local tinha coisas de valor”, declararam.
De acordo com a publicação, o episódio ocorreu no Espaço Bistrot Trapiche Adega, de propriedade de Vivianne Mendonça, que teria pedido para que os músicos se retirassem da sala por ser um local com “coisas de valor”.
Apesar de explicarem que a banda estava no local para colocar o figurino, a responsável pelo estabelecimento teria exigido que uma funcionária do estabelecimento ficasse na entrada da sala e que a porta ficasse aberta.
“Fomos tratados como ladrões e não artistas que estavam ali para realizar um trabalho. É claro que a primeira intenção foi sair do local e não realizar a apresentação, mas fomos convencidos pelo contratante a fazer tal apresentação”, afirmou.
“É inadmissível que esse tipo de coisa continue acontecendo na nossa cidade. Alguns brancos e brancas dessa cidade precisam entender que ser negro ou negra não é sinônimo de ser ladrão ou ladra.”
A reportagem do Portal Umbu entrou em contato com o Espaço Bistrot Trapiche Adega na tarde desta quinta-feira (30). O restaurante pediu tempo para se posicionar. Entramos novamente em contato, no entanto, não houve retorno até o fechamento desta matéria.
Foto: Divulgação
