O presidente argentino Javier Milei sofreu uma dura derrota nas eleições legislativas neste domingo (7) na província de Buenos Aires, maior distrito eleitoral da Argentina. A oposição peronista representada pela aliança Fuerza Patria alcançou cerca de 47% dos votos, enquanto a legenda governista La Libertad Avanza (LLA) obteve 34%. Os números têm como base a apuração que já teve mais de 85% de conclusão.
Em discurso, Milei afirmou ter sido uma “derrota clara” e ressaltou que aceitar os resultados é o primeiro passo para reconstruir forças antes do pleito nacional de 26 de outubro. O presidente, no entanto, garantiu que buscará reverter o cenário nas próximas semanas.
A vitória peronista teve como rosto principal a ex-presidente Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar em Buenos Aires. Ela apareceu na varanda de sua casa para saudar apoiadores e, em seguida, publicou mensagem no X ironizando Milei e criticando suas principais medidas no governo.
“Banalizar e vandalizar “Nunca Mais”, que representa o período mais sombrio e trágico da história argentina, não é algo sem mérito. Rir da morte e da dor dos seus oponentes também não. Mas apontar o dedo e estigmatizar os deficientes, enquanto sua irmã recebe 3% de desconto nos medicamentos deles, é letal”, publicou Kirchner.
“Pare de nos culpar pela bagunça que você e Toto Caputo fizeram na economia […] Se amanhã um raio dividisse todos nós, kirchneristas, ao meio e só restassem cinzas, você ainda estaria com pouco dinheiro e superendividado”, concluiu a ex-presidente argentina.
Segundo dados provisórios, a Fuerza Patria conquistou seis das oito seções eleitorais da província, incluindo os dois maiores distritos em população. A participação ficou em torno de 63%, abaixo dos índices registrados em 2021 (71%) e 2017 (77%), mas acima do esperado diante do caráter provincial da votação.
Com o resultado, a aliança peronista deve ocupar 13 dos 23 assentos em disputa no Senado e 21 das 46 cadeiras na Câmara Baixa. Já a LLA assegurou oito vagas no Senado e 18 na Câmara, que tem 92 assentos. A província de Buenos Aires, que concentra 38,6% da população do país, volta a se confirmar como peça-chave na corrida eleitoral argentina.
