Alguém já parou para pensar na loucura que é apostar prevendo resultados de jogos de times que são patrocinados e financiados por casas de apostas, acreditar que não existe nenhum tipo de manipulação dos resultados e que você vai enriquecer da noite para o dia? Se não acredita, experimente assistir os jogos do Brasileirão e me diga quem são os patrocinadores.
Hoje, vamos falar de jogos de azar. Isso mesmo: jogos de azar, porque a maioria dos apostadores perde e acaba comprometendo toda uma economia pessoal ou familiar com base em uma esperança de riqueza muito, muito, mas muito improvável. Acredite, é mais provável você conhecer uma pessoa que perdeu tudo na mesa de jogo do que alguém que ficou rico com essa prática. Nós só ouvimos falar de alguém que ganhou, mas dificilmente sabemos quem é essa pessoa sortuda.
Essa discussão sobre a liberação ou não de jogos no brasil é antiga. Já passamos por várias viradas e agora estamos prestes a passar por mais uma. Antes a coisa era liberada. Depois, em 1941 a loteria passou a ser administrada pela Caixa Econômica Federal e, em seguida, em 1946 o então presidente Eurico Gaspar Dutra proibiu o jogo no Brasil, sob a alegação de que a prática era degradante ao ser humano. Com exceção é, claro, da loteria que, por acaso, era administrada pelo governo.
Agora, estamos em via de liberar os jogos no Brasil oficialmente, sob a alegação de que a prática gera empregos, aumenta a arrecadação pública e que se trata de uma prática voluntária, ou seja, vai quem quer.
A proposta dos jogos é tentadora. Quem não quer apostar R$ 6,50 e receber em troca 10 milhões, pelo simples fato de ter acertado 6 dezenas de 60 possíveis? Ou apostar no time que vai vencer a partida ou o jogador que vai fazer o primeiro gol e receber como prêmio um valor muito maior que o apostado?
O que todo mundo fala a esse respeito é verdade: gera arrecadação e empregos, assim como destrói reputações e famílias. É uma questão séria, bastante complexa e não vamos ficar neste debate, pois não teremos uma resposta objetiva. A questão aqui é outra. É entender como esse fenômeno social pode afetar nosso planejamento de vida.
Uma coisa é fazer uma fezinha na Mega da Virada ou até mesmo apostar no seu time em uma dessas BETs da vida. Outra coisa é achar que isso é a solução da sua vida e se tornar um viciado em jogo. Aí, você estará em um problema de verdade. Um problema de difícil solução e tratamento.
A coisa ficou tão séria que os setores de RH de muitas empresas já estão sinalizando que o vício em jogos está levando os empregados a solicitar adiantamento de 13º salário, férias ou até mesmo propondo acordos de demissão para conseguir dinheiro para pagar a dívida criada e cultivada pela esperança de enriquecer rápido com uma aposta e que, agora, é um grande problema, inclusive de segurança, haja vista que alguns estão devendo até para agiotas.
Já olhou para o lado? Olhe e veja quantos dos seus colegas de trabalho já estão com problemas deste tipo. Na verdade, vá uma pouco além. Olhe para suas economias e analise o quanto você está gastando com apostas, loteria, jogo do bicho, rifa e, principalmente, as BETs. Espero com sinceridade que você não seja mais uma vítima.
Se já entrou nessa, procure ajuda enquanto ainda dá tempo. Se não entrou, ótimo! Entenda que esse caminho, apesar de tentador, não é próspero. Você vai acabar entrando em encrenca. É melhor continuar com o bom e velho planejamento. Ele demora, mas com certeza não vai te deixar em uma situação ruim ou perigosa.
Opinião
O texto que você terminou de ler apresenta ideias e opiniões da pessoa autora da coluna, que as expressa a partir de sua visão de mundo e da interpretação de fatos e dados. Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Umbu.
Concordo com número graus e gêneros ainda acrescento as rifas e. Proposta de depósitos com alto retorno como investimento mais tudo falcatrua .
Tenho vários colegas passando por essa ilusão de ganhar dinheiro com apostas, a cada semana uma sensação diferente, perdendo mais que ganhando, mas sempre sonhando.
Infelizmente nosso próprio sistema educacional contribui para isso. Pessoas que não sabem administrar o dinheiro, que querem a “grana fácil”, e fatores tais como: “estou endividado, já que o colega do meu colega que conhece um amigo que vive disso… Tentarei a sorte, vá que dê certo?”. Ademais, não duvido que o índice de depressão e suicídio aumente por conta das apostas, ou melhor consequência delas. As pessoas não entendem que a banca sempre vence, sem falar do fator humano (envolvimento em corrupção, para triplicar o prêmio da aposta), por exemplo: os jogadores de futebol que cometem falta suspeita, quê justamente o apostador acaba acertando a quantidade de cartão que o jogador tal iria cometer no jogo.
Infelizmente estamos vivenciando esse momento, onde pessoas a cada dia se afunda a procura de uma prosperidade rasa, e por má informação acaba caindo na armadilha da ambição.