Ataques começaram no domingo (24), após assinatura de acordo de enfrentamento ao racismo e publicação da informação de que ministra utilizou voo da FAB
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, acionou o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) para apurar ameaças e ataques de ódio dirigidos a ela nas redes sociais. Em um dossiê elaborado e encaminhado à pasta nesta quinta-feira (28), são apontadas ofensas, xingamentos e ataques racistas cometidos pelo Instagram, X (antigo Twitter) e por e-mail institucional.
Os textos dos ataques foram reunidos com os perfis, dias e horas dos envios/postagens, para que municiem a investigação e posterior responsabilização dos autores. O pedido enviado ao Ministério da Justiça solicita apuração da prática de crimes, em razão das graves ameaças à sua integridade física e aos ataques de ódio recebidos.
De acordo com a Agência Brasil, os ataques começaram no último domingo (24), com a repercussão da agenda de enfrentamento ao racismo nos esportes. A ministra compareceu à final da Copa do Brasil, em São Paulo, para a assinatura de um acordo entre o Ministério da Igualdade Racial (MIR), o Ministério do Esporte (MESP) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Anielle foi criticada por usar um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para comparecer ao evento, uma agenda de trabalho. Segundo o MIR, a final da Copa do Brasil foi escolhida para a realização da ação de divulgação pelo alto número de pessoas presentes no estádio e pela grande audiência, típica de uma final de campeonato. Conforme a pasta, a utilização do voo da FAB para uma missão institucional é praxe em deslocamentos para ações ministeriais e de governo.
Ameaças e ofensas à Anielle Franco também teriam sido infladas após publicação nas redes sociais em que uma assessora da ministra fez ataques e debochou da torcida do São Paulo. O Ministério da Igualdade Racial demitiu a assessora na última terça-feira (26).
O Ministério da Justiça informou que recebeu o pedido de Anielle e vai acionar a Polícia Federal nesta sexta (29) para iniciar as investigações.
Foto: Rithyele Dantas/MIR