Especialistas apontam monocultura de soja como principal causa de devastação ambiental. Bahia está entre estados em que a situação está mais crítica
A área de desmatamento da Amazônia caiu 59% em setembro se comparado ao mesmo período há um ano. A destruição da maior floresta tropical do planeta em terras brasileiras foi de 590,3 km² no mês passado, ante os 1.454,7 km² desmatados em setembro de 2022.
Os dados foram registrados pelo sistema de vigilância por satélite DETER, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Com informações da Agência Brasil.
Ainda segundo o instituto vinculado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, no Cerrado, o perímetro de desmatamento subiu de 273,41 km² para 516,73 km², em setembro desse ano. Com aproximadamente 20% da sua área original, o bioma tem sido atingido massivamente pelo avanço do cultivo de soja no país.
Especialistas apontam o avanço da monocultura como principal responsável pelo aumento significativo do desmatamento no Cerrado. 45% de toda a produção de soja do Brasil vem do bioma, o que muda radicalmente a paisagem e afeta a fauna e flora locais.
Os Estados que apresentam situação mais crítica de desmatamento no Cerrado, são Bahia, Maranhão e Tocantins.
Classificado como uma savana, o Cerrado abriga reservas de água e, caso o ritmo da exploração agropecuária permaneça com os níveis atuais, pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050.
O presidente Lula voltou ao poder em janeiro com a promessa de reverter as políticas ambientais de seu antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro, cuja a administração alavancou no avanço do desmatamento da Amazônia em 75% em relação a média da década anterior.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil