
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou que foi detectado um caso de vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em matrizeiro de aves comerciais no município de Montenegro, Rio Grande do Sul.
O primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial no país foi identificado na quinta-feira (15). Por questões contratuais, a exportação de aves para a China é suspensa quando há ocorrências desse tipo.
Essa doença circula no mundo desde 2006, mas só chegou ao Brasil em 2023. Até essa quinta, a gripe aviária só havia atingido aves silvestres migratórias.
Conforme nota do Ministério da Agricultura, a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de aves e ovos:
“A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo. O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas)”, informa o pronunciamento.
Segundo a pasta, já foram adotadas as medidas de contenção e erradicação do foco previstas no plano nacional de contingência. A medida permite, além do combate ao foco específico, a manutenção da capacidade produtiva do setor, de forma a garantir o abastecimento e a segurança alimentar da população.
“O Mapa também está realizando a comunicação oficial aos entes das cadeias produtivas envolvidas, à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), aos Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, bem como aos parceiros comerciais do Brasil”, complementou a nota ao ressaltar que o Serviço Veterinário brasileiro está “treinado e equipado” para o enfrentamento da doença
Riscos
Desde 2006, os casos de IAAP têm ocorrido principalmente na Ásia, África e no norte da Europa. No Brasil, a identificação do vírus H5N1 aconteceu em 2023.
O Ministério da Agricultura indica que o risco de infecções em humanos é baixo, tendo maior probabilidade de acontecer “entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas)”.
Segundo o infectologista Emílio Ribas, do Instituto de Infectologia Emilio Ribas, em São Paulo (SP), ainda não há comprovação de transmissões de humano para humano, embora tenha havido, no passado, suspeitas em situações específicas envolvendo contato muito próximo, como entre familiares ou profissionais de saúde, mas sem que o vírus se espalhasse adiante.
Contaminação
A via de contaminação com a IAAP é tendo contato direto com as secreções e fluídos de um animal infectado, esteja ele vivo ou morto, uma vez que as aves eliminam o vírus da Influenza por meio das fezes e secreções respiratórias. O Mapa orienta a não tocar e nem recolher aves doentes.
A Organização Mundial da Saúde diz ainda que a doença pode ser transmitida ainda por água e objetos contaminados com essas secreções.
O Departamento de Agricultura dos EUA tem observado que as infecções humanas ocorrem, geralmente, após exposições desprotegidas a aves: sem uso de proteção respiratória ou ocular.
Com informações de Agência Brasil e G1