
Quem acompanha os meus textos corre o risco de achar que eu sou contra o uso do cartão de crédito e que por mim ele deveria se extinto da face da terra. NÃO! Não é isso e eu nunca disse isso!
O que eu alerto aqui e vou continuar alertando é sobre o uso consciente e racional desta ferramenta poderosíssima que tanto pode nos ajudar a realizar e compras que não conseguiríamos se o pagamento fosse à vista, como pode ser um instrumento de angústia e destruição da economia pessoal, se usado sem clareza e sobriedade.
Outro dia fui procurado por uma pessoa que me pediu conselhos de como ajustar essa relação de uso do cartão de crédito que, segundo ele, não estava boa já que todos meses acabava por ter problemas.
Ele alegava que não usa o cartão para comprar besteiras, nem para ir a festas e que só usava para comprar bens duráveis, normalmente para sua casa – como geladeira, fogão, micro-ondas e por aí vai – por conta do parcelamento, mas que ainda assim tinha dificuldades de fazer o pagamento da fatura no dia e acabava pagando juros.
Observem que o uso do cartão neste caso foi consciente, tinha um propósito e tudo indica que as parcelas estão dentro do orçamento, uma vez que o nosso amigo diz que o problema não era de pagamento e, sim, pagar no dia certo do vencimento.
Quando olhamos mais de perto, percebemos que o problema está na data. Não era problema de consumo exagerado ou sem propósito, mas de uma questão de atenção e lógica. Ora, como a pessoa pode se comprometer com um pagamento no dia 25, se a sua remuneração mensal só ocorre no dia 30?
O que fizemos? Simplesmente ligamos para a operadora do cartão e solicitamos a mudança do vencimento do dia 25 para o dia 5. Pronto, problema resolvido. Como um passe de mágica e na velocidade de uma ligação.
Tomando como base este exemplo, observamos a importância do planejamento de uma forma mais ampla. Não apenas considerando a necessidade e tipo de utilização, mas o valor comprometido e a data que estamos acordando com outro. Neste caso, a bandeira do cartão que vai querer receber o dinheiro que te emprestou “sem juros” e te punir severamente se você não cumprir o que foi prometido.
Acorda! Usar o cartão é assumir um empréstimo.
Considerando tudo que já escrevi, vou terminar esse texto pedindo que vocês tenham atenção e discernimento no uso ou contratação de qualquer empréstimo.
Temos que ter em mente que toda e qualquer ferramenta (cartão ou empréstimo) deve ser usada para facilitar as coisas, antecipar conquistas e ajudar a construir e edificar nossas vidas. Nunca permitir que essa facilidade sirva como instrumento de vergonha, desgosto e para “cavar a nossa cova” social e financeira.
OPINIÃO
O texto que você terminou de ler apresenta ideias e opiniões da pessoa autora da coluna, que as expressa a partir de sua visão de mundo e da interpretação de fatos e dados. Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Umbu.
Excelente reflexão. Mas a verdade é que por não saber dizer “não” o uso do cartão , como dito no texto ,leva a “cavar a própria cova ” em muitas situações é dito não poder fazer determinada coisa, a insistência do outro ou a ilusão de pensar estar no mesmo nível financeiro, leva o sujeito fazer, e quando a fatura chega,o problema chega junto. Então é aprender a dizer nao, e só comprar no cartão o que tem certeza poder pagar. Cartão de crédito não é renda.