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Aceita um cafezinho? Congresso Nacional compra 151 toneladas de café e açúcar por um ano

Gastos chegam a R$ 2 bilhões

Foto: Wilton Junior/Estadão

Na Câmara dos Deputados, o café é servido durante sessões nas comissões. No Salão Verde, espaço que dá acesso ao plenário, tem um balcão que oferece a bebida gratuitamente. No fundo do plenário, há um espaço mais privativo, onde assessores e deputados têm direito a café também. Há sanduíches disponíveis, mas para estes é preciso pagar.

Atualmente, um número seleto de assessores, autoridades, convidados e jornalistas podem frequentar o cafezinho do fundo do plenário.

O cafezinho no Congresso Nacional é local de negociações, confidências e até conversa fiada.

Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo (Estadão), a Câmara dos Deputados possui contrato com uma empresa de Londrina, no Paraná, para fornecimento de 54 toneladas de café entre julho de 2023 e julho de 2024. O custo da licitação é de R$ 1.111.860 para a entrega de 108 mil pacotes de 500 gramas.

A fornecedora do café da Câmara se chama Café Jubileu e é industrializada pela empresa Café Odebrecht.

De acordo com a fornecedora, a bebida servida na Casa reúne “os melhores cafés paranaenses blendados com os melhores grãos do sul de Minas Gerais”. No site do Café Odebrecht, o pacote custa R$ 20 e serve até 20 xícaras. Ou seja, por dia útil (isto é, excluindo sábados, domingos e feriados em que o Congresso não tem atividades) é possível servir até 8.600 doses.

O açúcar, por sua vez, é refinado e distribuído pela empresa Uédama, que tem sede em Águas Claras, uma região administrativa que fica a 20 quilômetros de Brasília. Em troca de 37 toneladas por 12 meses, a Câmara vai desembolsar um total de R$ 156.800 até agosto deste ano. Ou seja, a Casa paga R$ 4,23 por quilo

No Senado Federal

Ainda segundo publicação do Estadão, o café do Senado é fornecido pela empresa Fino Sabor, que também tem sede em Águas Claras. No contrato com a entidade, a Casa se comprometeu a pagar o total de R$ 598.200 em 12 meses em troca de 30 toneladas até janeiro de 2025.

De acordo com a empresa, no documento de licitação com o Senado, o café é colhido a dedo para que não haja grãos verdes e ardidos “que comprometam a qualidade global” da bebida. O produto também é embalado de uma forma que possa garantir a qualidade por mais tempo do que nos produtos mais vendidas nos mercados brasileiros.

Na loja da Fino Sabor, um pacote de 500 gramas custa R$ 22. O preço da unidade para o cidadão comum é mais que o dobro do que o pago pelo Senado.

Segundo a empresa, um pacote do café superior pode render até 16 xícaras. Ou seja, a Casa consegue distribuir até 3.800 xícaras por dia útil.

O açúcar também é refinado e distribuído pela Uédama. Apesar de ser o mesmo produto, o quilo pago pelo Senado é mais caro do que o da Câmara: R$ 4,40. No total, o contrato entre a Casa e a empresa prevê a entrega de 30 toneladas do produto por R$ 132 mil até novembro deste ano.

Demanda por café superior aumentou nos dois últimos anos

A demanda por café aumentou do ano passado para cá nas duas Casas. Antes de firmar contrato com o Café Jubileu, a Câmara recebeu 48 toneladas do Café Coliseu, entre agosto de 2022 e agosto de 2023, e pagou mais do que a licitação atual: R$ 1.246.560. A unidade do pacote de 500 gramas custou R$ 12,72.

No Senado, o contrato atual prevê o dobro da quantidade que foi distribuído no ano passado. Em licitação com a empresa Café Franchini, a Casa pagou R$ 399.000 em troca de 15 toneladas de grãos torrados e moídos entre setembro de 2022 e setembro de 2023. Cada pacote custou R$ 13,30 pago pelo erário.

A reportagem do jornal procurou a Câmara e o Senado, mas não obteve retorno.

As informações são do Estadão

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