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“A moda não é apenas sobre tendências, é sobre resistência e ocupar espaços que nos foram negados por tanto tempo”, afirma a modelo e dançarina Lunna Montty

Coreógrafa do Coletivo Afrobapho e atração no Club Renaissence, a artista fala sobre a importância de ter a voz ouvida

Foto: Acervo pessoal

Lunna Ramos Santos, mais conhecida como Lunna Montty, é dançarina, modelo, DJ, coreógrafa do Coletivo Afrobapho, que aborda questões de gênero, sexualidade e antirracistas por meio da arte e mother da House of Montenegro, que promove a cultura do vogue e do ballroom.

Atuando há cerca de 5 anos no mundo da moda, Lunna já desfilou na São Paulo Fashion Week e do Afro Fashion Day, marcou presença na Revista Elle Brasil e foi fotografada por profissionais como Fernando Torquatto e Mario Testino.

Com sua voz ecoando por corredores de grandes marcas, Lunna Montty lembra a todos ao seu redor  que a beleza e a força da mulher negra não podem mais ser ignoradas. Nascida e criada na periferia de Salvador, a modelo, que é uma travesti negra, enfrentou desde cedo as adversidades impostas pelo racismo estrutural e pela falta de representatividade.

“Para mim, a moda não é apenas sobre tendências, é sobre resistência, é sobre ocupar espaços que nos foram negados por tanto tempo”, ressalta a modelo e coreógrafa.

Desde os 12 anos, Montty descobriu sua paixão pela dança e pela arte, mas foi na moda que encontrou sua verdadeira vocação. Com determinação e talento, ela conquistou seu lugar nas passarelas e campanhas, desafiando os padrões estéticos e abrindo caminho para outras mulheres negras.

“Não podemos mais aceitar um mundo onde apenas um tipo de beleza é valorizado. É hora de celebrar a diversidade em todas as suas formas”, enfatiza.

Com a House of Montenegro, Lunna chegou a palcos como o da Festa Wolf, em São Paulo, e do Club Renaissence, um evento exclusivo para fãs da cantora Beyoncé, ocorrido em dezembro do ano passado, no qual a artista estadunidense fez uma aparição surpresa.

No mundo da moda, Montty enfrenta desafios diários, desde a falta de representatividade nas campanhas até o racismo velado nos bastidores. No entanto, ela se mantém firme em sua missão de quebrar barreiras e inspirar outras mulheres a seguirem seus sonhos.

“É importante que as pessoas vejam que nós também podemos estar aqui, que nossa voz também importa”, destaca.

Atualmente, a artista trabalha não apenas como modelo, mas como ativista, lutando por uma indústria da moda mais inclusiva e diversa, sobretudo para pessoas negras e LGBTQIA+, onde mulheres negras se sintam inspiradas a abraçarem sua identidade e a lutarem por seus sonhos.

Sua história inspiradora e seu compromisso com a representatividade a tornam uma figura emblemática no cenário fashion, provando que a moda pode ser muito mais do que simplesmente seguir tendências, pode ser uma ferramenta poderosa de transformação social.

Com um ativismo que vai além das passarelas, Lunna utiliza suas redes sociais e participações em eventos para conscientizar o público sobre a importância da representatividade negra na moda, fazendo dela um meio poderoso para empoderar e incluir, e que cada passo na passarela é também um passo rumo à igualdade e ao reconhecimento da beleza e da força da mulher negra.

Foto: Lucas Assis
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