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Love Bombing: amor em excesso é perigoso, afirma especialista

Reportagem explica o que há por trás das demonstrações exageradas de amor

Demonstrar que ama alguém é um dos gestos mais bonitos em um relacionamento, seja ele qual for. Mensagens carinhosas, surpresas e declarações não são um problema até beirar o exagero.

Caracterizado pelo bombardeio de amor, o love bombing é acompanhado de comportamentos egocêntricos e narcisistas. Segundo a Psiclóga Clínica, Mestra em Ciências da Saúde e especialista em amor patológico, Susy Rocha, a prática não é algo saudável.

“Através de estudos, foi identificado que as pessoas que fazem esse bombardeio de amor, fazem isso em benefício próprio. Geralmente, são pessoas de personalidade narcisista. Ou seja, de forma incosciente, ela faz esse bombardeio de amor não por amar a pessoa, não por querer o bem do parceiro ou da parceira, mas sim para que ela se beneficie e seja o centro das atenções”, explica Susy.

O excesso de cuidados é analisado pela profissional como forma de manipular a pessoa amada, gerando uma dependência emocional ao se submeter a todas as vontades do praticante.

“A pessoa que bombardeia tem o poder por conseguir tudo o que quer com o outro, que é dependente emocional, e acaba não conseguindo sair dessa relação ou não conseguindo dizer não para as ações”, completa.

Para entender se você passa ou já passou pelo bombardeio de amor em um relacionamento, aspectos como sensação de sufocamento e excesso de cuidado devem ser observados.

“O padrão de normalidade é relativo, mas se a pessoa se sente na obrigação de estar com outro o tempo inteiro, se sente na obrigação de priorizar o parceiro e não a si próprio, se sente na obrigação de fazer as vontades do parceiro por medo de perder uma pessoa que cuida dela, medo de perder uma pessoa que ama são gatilhos para ficar atentos. O verdadeiro amor não prende, ele liberta. O verdadeiro amor não priva as pessoas da companhia de amigos e de familiares”, exemplifica Susy.

Para Sussy, essas atitudes não são demonstrações de amor verdadeiro e sim uma forma de manipulação, um jogo. De acordo com a psicóloga, desconstruir essa ideia de que é amor e trabalhar a questão da dependência são os maiores desafios para o tratamento de alguém que sofreu ou sofre o love bombing.

Ela também ressalta que a dependência emocional funciona da mesma forma que uma dependência química, por causa das crises de abstinência e recaídas.

“Temos que tratar essas recaídas de não conseguir sair da situação, de sentir falta do parceiro ou da parceira. O desafio é muito grande porque se trata de pessoas que se tornam dependentes emocionais dessa pessoa. Nesse caso, não é só desconstruir o que é um amor verdadeiro, um amor saudável, mas também tratar a dependência emocional”, conta.

Susy finaliza dizendo que é importante parar e pensar sobre o nosso comportamento nos relacionamentos, justamente por que, no início, a intensidade da paixão é maior

“É preciso fazer uma auto análise para não sufocar o outro, para não estar fazendo um love bombing sem perceber e para viver uma relação saudável, um amor saudável e não desenvolver diferentes formas de amores patológicos”, encerra.

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