Um estudo do FGV IBRE revela que o Bolsa Família tem incentivado jovens entre 14 e 30 anos a permanecerem mais tempo na escola no Norte e Nordeste do país. A taxa de participação desses jovens no mercado de trabalho caiu, mas o efeito não significa abandono do emprego por causa do benefício: segundo os pesquisadores, o programa contribui para que muitos priorizem a formação educacional e o aprimoramento profissional, obtendo assim melhores oportunidades de emprego.

A pesquisa analisou os impactos da ampliação do Bolsa Família e constatou que, entre os beneficiários, há redução na oferta de trabalho de jovens principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Os especialistas destacam que o benefício funciona como um amortecedor social, permitindo que famílias não dependam exclusivamente da renda imediata dos filhos para sobreviver.
Os dados também mostram que a diminuição da participação desses jovens no mercado de trabalho coincide com o aumento da frequência escolar e a busca por qualificação profissional, um dos objetivos centrais do programa.
Para os pesquisadores, essa mudança não representa desestímulo ao trabalho, mas abertura de caminhos. Com a garantia de uma renda mínima, os jovens podem investir mais tempo nos estudos e se preparar melhor para oportunidades futuras.
O estudo ainda aponta que, apesar dos avanços, o Bolsa Família pode ser aperfeiçoado com políticas complementares que ampliem o acesso à educação técnica e ao mercado formal para os jovens beneficiários.